O pistoleiro contratado foi Aleksandro Ribeiro. Ele tocaiou e disparou sete tiros de uma pistola Glock contra o também jornalista local Mauri Martinelli, na noite de 28 de agosto de 2006. Mauri sobreviveu por intervenção divina. O outro que deveria ser morto era o então vereador emedebista João Valdir de Godoy, o Duduzinho. O pistoleiro esteve três vezes de tocaia na frente da casa dele.
O bando que se formou para contratar o pistoleiro era formado por Jaime Schneider, então secretário municipal de Planejamento, na administração do prefeito petista Elivir Desiam, o Toco; pelo vereador Luis Carlos Soares, então presidente do PT em Estância Velha; por Jauri de Matos Fernandes, então funcionário de Jaime Schneider em seu jornal, e pela cafetina Claci Campos da Silva.
A reunião para contratação do pistoleiro Aleksandro foi realizada na casa de Vera Lucia Vanzan, onde a cafetina Clacy Campos da Silva alugava um quarto, e foi testemunhada pela filha da dona da casa. Nesta reunião foi entregue ao bandido a pistola Glock, utilizada no atentado a Mauri Martinelli, que Claci guardava no guardaroupa em seu quarto.
Jauri de Matos Fernandes providenciou o aluguel da casa onde se hospedou o pistoleiro Aleksandro, e serviu de fiador para assinatura do contrato.
A faxineira Vera Lucia Vanzan, amiga do vereador Duduzinho, assim que soube do que ocorrera em sua casa, por meio de sua filha, contou ao parlamentar o fato. E foi somente dessa maneira que a Polícia local chegou ao pistoleiro. Na casa encontrou a arma utilizada por ele.
O pistoleiro foi preso, indiciado, processado e condenado. Ficou faltando o processo do mando de assassinato, que dorme esplendidamente em gaveta do Foro local, porque não há interesse político em levar ao tribunal do juri um caso que envolve diretamente o PT na contratação de pistoleiro para matar adversários políticos. Esse é um caso único no País.
O processo é o de nº 09520900001793 e tramita na 1ª Vara da Comarca de Estância Velha, cidade da Região Metropolitana de Porto Alegre, colada a Novo Hamburgo. O juri já foi marcado e desmarcado quatro vezes. Uma das vezes foi desmarcado porque a advogada que defendia Jaime Schneider desistiu do caso. Então a sua defesa passou para a Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Sul, órgão que nunca até hoje designou defensor público para falar por ele no juri. Agora será desnecessário. Mas o processo segue dormindo em berço esplêndido na gaveta do juiz. O processo de denúncia criminal por mando de morte contra o bando foi aberto no dia 6 de março de 2009. Já completou 13 anos desde sua instalação e o tribunal do juri ainda não se reuniu para julgá-lo. É algo absolutamente inacreditável, só sendo possível entender tal demora por ser um processo que envolve criminalmente o PT de forma cabal. Já o atentado a tiros contra o jornalista Mauri Martinelli já completou 16 anos. E ainda há quem diga que o Poder Judiciário do Rio Grande do Sul é o melhor do Brasil.
2 comentários:
Parabéns pelos esclarecimentos.
Qual a causa da morte?
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