Os promotores de Tóquio, no Japão, determinaram hoje (3), pela quarta vez, a prisão do executivo franco-brasileiro Carlos Ghosn, de 64 anos, ex-presidente da Renault. O empresário foi solto, no mês passado, sob fiança, após 108 dias de custódia. Nesta quarta-feira, Ghosn foi preso na casa dele. De acordo com a emissora estatal japonesa, NHK, é raro no Japão que alguém libertado sob fiança seja preso novamente. Os investigadores apuram informações sobre o desvio de US$ 34 milhões pagos a uma concessionária da Nissan em Omã, operada por um dos conhecidos de Ghosn, ao longo de sete anos. Há informações que parte do dinheiro foi para comprar um iate de Ghosn. Segundo apurações, o dinheiro veio de um fundo de reserva da Nissan que o executivo foi autorizado a usar a seu critério. Ghosn foi indiciado sob acusação de violação agravada de confiança e subnotificação de sua indenização. A montadora francesa Renault informou que uma investigação interna sobre suspeita de má conduta financeira por seu ex-presidente identificou práticas questionáveis relacionadas a pagamentos a um distribuidor em Omã. A empresa não revelou detalhes, mas a mídia local diz que parte dos pagamentos para a distribuidora foram transferidos para uma empresa no Líbano controlada por associados dw Ghosn, que também atuou como diretor executivo da Renault. Renault informou, anteriormente, aos promotores que o dinheiro da empresa foi desviado para cobrir os custos do casamento de Ghosn no Palácio de Versalhes em 2016. A Renault também disse que uma investigação conjunta com a japonesa Nissan Motor revelou que as despesas questionáveis foram cobradas da holding Renault-Nissan na Holanda a partir de 2010, enquanto Ghosn estava no comando.
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