O Parlamento britânico rejeitou nesta terça (12) pela segunda vez o acordo que define os termos do brexit, a saída do Reino Unido da União Europeia (UE), aumentando a incerteza sobre a permanência da conservadora Theresa May no cargo de primeira-ministra. Desta vez, o placar foi de 391 votos contrários ao texto a 242 a favor, ou seja, uma diferença de 149 -- menos elástica do que a de 230 registrada na primeira consulta, em 15 de janeiro, na derrota mais expressiva de um governo britânico no Legislativo. May anunciou imediatamente após a divulgação do resultado que a Casa poderá votar sobre uma saída da UE com ou sem acordo. Os ajustes cosméticos que a chefe de governo conseguiu obter de autoridades europeias a menos de 24 horas da votação, em visita a Estrasburgo (França), não foram suficientes para reverter a oposição maciça ao texto entre os parlamentares. Uma ala numerosa critica o mecanismo previsto para evitar a volta de controles alfandegários na fronteira entre as Irlandas, caso, após o Dia D do brexit (29 de março), um novo acordo comercial entre UE e Reino Unido demore a ser desenhado. O dispositivo, chamado em inglês de "backstop", prevê o estabelecimento de uma união aduaneira entre as partes, a partir de 2021, se e enquanto a relação 2.0 entre Londres e Bruxelas (sede da governança europeia) não estiver definida até lá. Detratores da medida vêem nela uma armadilha europeia para "prender" os britânicos indefinidamente. Na segunda-feira (11), May obteve da UE um adendo com valor legal ao acordo fechado em novembro de 2018. Na prática, as partes "lustraram" uma carta de janeiro passado em que Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia, e Donald Tusk, número 1 do Conselho Europeu, comprometiam-se a dedicar seus melhores esforços à busca de uma alternativa ao "backstop". Se ela não fosse encontrada, a vigência do mecanismo seria limitada.
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