O empresário corrupto, propineiro e delator José Antunes Sobrinho, ex-sócio da Engevix, empreiteira alvo da Operação Lava Jato, participou nesta segunda-feira, 26, de seminário sobre acordos de leniência ao lado do presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Toffoli, e de chefes da Controladoria-Geral da União e da Advocacia-Geral da União. O evento ‘O Interesse Público e as novas relações entre Estado e Empresas’. O acordo de delação premiado, firmado pelo ex-executivo da Engevix com a Polícia Federal, foi homologado pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, em setembro. Na delação, José Antunes Sobrinho relata pagamento de propina da Engevix para políticos do MDB, com a anuência do presidente Michel Temer, relacionado ao contrato para obra da usina de Angra 3 assinado com a Eletronuclear.
Segundo a Polícia Federal, José Antunes Sobrinho fala de “pagamentos indevidos que somam R$ 1,1 milhão, em 2014, solicitados por João Baptista Lima Filho e pelo ministro Moreira Franco, com anuência” de Temer, no contexto do contrato da AF Consult Brasil com a Eletronuclear. Os valores, segundo o delator, teriam sido depositados em conta da empresa PDA Projeto, do coronel Lima e da mulher dele, Maria Rita Fratezi, via contrato simulado com a Alumi Publicidade. Na conclusão do inquérito dos portos, o delegado federal Cleyber Malta solicitou a abertura de um novo inquérito para apurar as revelações do empreiteiro. A primeira mesa do seminário teve a participação de Dias Toffoli, Emir Calluf, da J&F, Grace Mendonça, advogada-geral da União, Valdir Simão, advogado e ex-membro da CGU, Bruno Dantas, ministro do Tribunal de Contas da União, além do advogado Igor Tamasauskas e de José Figueira, da PwC. Só em Brasília acontecem coisas desse gênero.
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