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sexta-feira, 7 de setembro de 2018

Juiz Sérgio Moro aceitou denúncia contra ex-chefe de gabinete de Richa, Deonilson Roldo, e mais dez acusados de corrupção e lavagem de dinheiro

O juiz federal Sergio Moro aceitou na terça-feira a denuncia da força-tarefa do Ministério Público Federal na Operação Lava Jato contra o ex-chefe de gabinete do governo Beto Richa, Deonilson Roldo, e mais dez pessoas, por corrupção (ativa e passiva) e lavagem de dinheiro. Segundo o Ministério Público Federal, Roldo e os demais acusados teriam participado de um esquema de pagamento de propinas pela Odebrecht em troca de favorecimento da empreiteira em uma licitação para obras de duplicação na rodovia PR-323, na região Norte do Paraná, em 2014, no valor de R$ 7,2 bilhões. Richa não foi incluído na denúncia. No despacho, Moro afirma que a investigação deve continuar para reunir mais provas contra outros envolvidos. Além de Roldo, estão entre os denunciados o empresário Jorge Theodócio Atherino, apontado como “operador propinas” de Richa; Adolpho Julio da Silva Mello Neto, Benedicto Barbosa da Silva Junior, Fernando Migliacchio da Silva, Luciano Riberiro Pizzatto, Luiz Antônio Bueno Junior, Luiz Eduardo Soares, Maria Lucia Tavares, Olívio Rodrigues Junior e Álvaro José Galliez Novis. De acordo com a denúncia, em janeiro de 2014, executivos da Odebrecht procuraram Deonilson Roldo, e pediram apoio para afastar concorrentes na licitação. Em outro encontro, ele teria prometido atender ao pedido, em troca de ajuda para campanha do governador.

Em fevereiro, Roldo teria chamado o executivo do grupo Bertin, Pedro Rache, no Palácio Iguaçu. No encontro, gravado por Rache e transcrito na denúncia, o ex-chefe de gabinete informou ao empresário que tinha “compromissos” com a Odebrecht e pediu que a empresa se afastasse da licitação. De acordo com a denúncia, depois da Odebrecht vencer a licitação, em julho de 2014, o empresário Jorge Atherino foi até o escritório da empreiteira para cobrar as propinas. A companhia teria então aprovado o pagamento de R$ 4 milhões. Perícia da Polícia Federal teria identificado cinco pagamentos, no total R$ 3,5 milhões, entre setembro a outubro de 2014. Entre eles, depósitos R$ 90 mil em espécie, de forma fracionada, em conta de Roldo, segundo o Ministério Público Federal.


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