sábado, 14 de julho de 2018

Peemedebista Jorge Picciani diz que nunca participou das festas bandidas de Sérgio Cabral em Paris


Em seu primeiro depoimento em processo da Lava Jato do Rio de Janeiro, o presidente afastado da Assembleia Legislativa, Jorge Picciani (MDB), tentou se distanciar do ex-governador ladrão emedebista Sérgio Cabral. Disse que não é integrante ‘das repúblicas de Leblon e Mangaratiba’, onde o ex-governador possui imóveis de luxo, e negou participação no esquema de propinas chefiado pelo ex-chefe do Executivo fluminense. Picciani depôs no Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), no dia 9, ao desembargador Abel Gomes. “Nunca participei das festas em Paris (referindo-se à Farra dos Guardanapos que juntou secretários do ladrão emedebista Sérgio Cabral e empresários). Não fui à Olimpíada, apesar de ter sido chamado. Sempre acordei às 5 horas da manhã. A minha vida sempre foi e é política”, disse. O presidente licenciado também negou a acusação do Ministério Público Federal de ter recebido propinas da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor). A entidade domina o setor no Estado. O suborno, de acordo com os procuradores da República, teria sido pago em troca de favorecimentos na Assembleia Legislativa. “Não há ato ou ofício meu que não tenham sido feitos a favor do Rio de Janeiro”, disse Picciani, defendendo também sua atividade parlamentar. “Sempre fui muito respeitado e muito procurado pela minha capacidade técnica, de opinar para colega ‘não vá nessa coligação que você perde eleição, vai nessa aqui’. Nisso fui muito procurado. Sempre fui reconhecido como uma pessoa franca, direta, cumpridora da palavra. Mas não tenho essa mácula, nunca interferi em contrato”, disse.

Picciani também foi acusado, junto com o filho, Felipe Picciani, de usar a empresa Agrobilara para lavagem de dinheiro. O deputado afastado está em prisão domiciliar desde março, por decisão do Supremo Tribunal Federal, para tratamento de um câncer. A situação foi lembrada pelo deputado. “Se eu não estivesse em prisão domiciliar, eu teria morrido nas condições que eu estava lá (na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica). Uma infecção me mataria. Eu não teria como me recuperar”, afirmou. 

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