O economista Oswaldo Prado Sanches, denunciado na quarta-feira (7) em decorrência das investigações da Operação Câmbio, Desligo, tinha contato direto com o bilionário brasileiro Julio Bozano, inclusive controlando sua conta pessoal. A informação consta na denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal contra Sanches e outras 61 pessoas por lavagem de dinheiro, evasão de divisas e organização criminosa. Sanches era até abril diretor da companhia Bozano, empresa da família do bilionário Julio Bozano, um dos homens mais ricos do país com fortuna estimada em R$ 5,7 bilhões. Ele começou a trabalhar no grupo desde 1986. No pedido de prisão, divulgado há um mês, os procuradores mencionavam que o economista atuava em nome da empresa, usando inclusive contas da companhia para transferir dólares em troca de dinheiro vivo no Brasil. Na denúncia, o Ministério Público Federal inclui um e-mail de Sanches para Bozano em que conversam sobre uma conta pessoal do empresário, indicando que o acusado tinha "acesso completo" para movimentar dinheiro do bilionário. "Na verdade, as operações descritas nesta peça conformam a ponta do iceberg de vasta e intensa operação criminosa no seio da organização por parte de Oswaldo", escreveram os procuradores.
O Ministério Público Federal atribui a Sanches 187 operações entre maio de 2006 e maio de 2016 num total de R$ 29 milhões. Na maioria das vezes, o economista transferia dólares para contas indicadas pelos doleiros Vinicius Claret e Cláudio Barboza, e recebia dinheiro em espécie no escritório da Companhia Bozano, na zona sul do Rio de Janeiro. O juiz Marcelo Bretas determinou no mês passado o bloqueio de R$ 59,7 milhões em contas vinculadas à companhia Bozano e outra três empresas ligadas a ela.
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