O lucro líquido da Vale somou US$ 1,59 bilhões no primeiro trimestre deste ano, queda de 36,1% em relação ao mesmo período do ano anterior. Ante o período imediatamente anterior, quando atingiu US$ 771 milhões, contudo, o lucro reportado dobrou. Na semana passada, a companhia registrou recorde de venda de minério em um primeiro trimestre. A geração de caixa medida pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado alcançou US$ 3,971 bilhões, recuo de 8% na relação anual e de 3% na trimestral. A margem Ebitda ajustado chegou de janeiro a março em 46,2%, ante 50,6% e 44,8% no primeiro e quarto trimestre do ano passado respectivamente.
"Estamos satisfeitos porque a Vale mostrou notável flexibilidade e uma ótima performance durante um primeiro trimestre muito complexo, o que foi fundamental para alcançarmos o mesmo Ebitda do quarto trimestre de 2017, apesar do desafio de volumes sazonalmente menores", destacou o presidente da Vale, Fabio Schvartsman, no documento que acompanha o demonstrativo financeiro da companhia. A receita operacional líquida, por sua vez, chegou em US$ 8,603 bilhões, aumento de 1% ante o mesmo intervalo do ano passado. Em relação ao último trimestre de 2017 houve um recuo foi de 6%. De janeiro a março, a Vale produziu 81,953 milhões de toneladas de minério de ferro, queda de 12,2% sobre o quarto trimestre de 2017 e de 4,9% ante o primeiro trimestre daquele ano. A empresa destacou, em seu relatório de produção, que esse recuo do volume é explicado pela decisão de privilegiar qualidade do produto, para reforçar "o posicionamento como produtor premium". Assim, o teor médio de ferro atingiu 64,4% no primeiro trimestre deste ano, acima dos 63,9% do mesmo período de 2017 e dos 64,3% no quarto trimestre.
Schvartsman citou ainda, no mesmo documento, que está comprometido a "transformar a Vale em uma empresa mais previsível, para que, em qualquer cenário de preços, o mercado possa facilmente prever seu desempenho". "Isso só será possível se tivermos total controle de tudo que não seja preços, o que significa que teremos uma política de alocação de capital muito rigorosa, um foco constante em desempenho e esforços contínuos de otimização de custos", disse.
O lucro líquido da companhia veio 19% abaixo das projeções de oito instituições financeiras consultadas (BB, Bradesco, BTG Pactual, Citi, Itaú BBA, JPMorgan, Morgan Stanley e Safra), que apontavam para um ganho de US$ 1,978 bilhão. Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado dos três primeiros meses do ano veio em linha com as estimativas (US$ 4,063 bilhões). A receita operacional líquida, por fim, de US$ 8,603 bilhões, ficou de acordo com a projeção de US$ 8,681 bilhões. Com a ajuda dos desinvestimentos da área de fertilizantes e também pela conclusão do Project Finance de Moçambique, a Vale conseguiu reduzir sua dívida líquida em 35% em um ano para US$ 14,901 bilhões. Em relação ao trimestre imediatamente anterior houve uma redução de 18%.
"O primeiro trimestre de 2018 foi marcado pela desalavancagem, com a dívida líquida no menor nível desde o segundo trimestre de 2011, mesmo pagando US$ 1,4 bilhão de remuneração aos acionistas. No curto prazo, atingiremos a meta de US$ 10 bilhões da dívida líquida, e nosso sólido balanço e forte geração de caixa nos permitirão aumentar substancialmente a remuneração aos acionistas", destacou, no documento que acompanha o demonstrativo financeiro da companhia, o diretor-executivo Financeiro e de Relações com Investidores da Vale, Luciano Siani Pires.
O indicador de alavancagem da mineradora, medido pela razão da dívida líquida pelo Ebitda, foi a uma vez nos três primeiros meses do ano, ante 1,6 vez no primeiro trimestre de 2017 e de 1,2 vez no último trimestre do ano passado. No primeiro trimestre do ano, a Vale registrou uma perda financeira de US$ 624 milhões, ante uma perda de US$ 613 milhões no primeiro trimestre de 2017 e de US$ 1,287 bilhão no período imediatamente anterior.
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