Grupos dissidentes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), organização terrorista e narcotraficante, já contam com 1.200 integrantes, entre eles guerrilheiros que não aceitaram o processo de paz e o acordo assinado com o governo do país no ano passado. Segundo o ministro de Defesa da Colômbia, Luis Carlos Villegas, alguns dos ex-guerrilheiros se dedicam ao narcotráfico e mineração ilegal com vínculos estreitos com facções criminosas brasileiras. Villegas disse ainda que alguns destes ex-guerrilheiros controlam as rotas internacionais do comércio de drogas, no Oceano Pacífico, e tentaram montar um esquema semelhante envolvendo o Brasil. "Felizmente, com o Brasil, temos uma cooperação muito boa que impediu que isso acontecesse", comentou o ministro, afirmando que os dissidentes têm contatos nas prisões brasileiras através do Comando Vermelho, facção que atua especialmente no Rio de Janeiro.
De acordo com o ministro, muitos dos ex-guerrilheiros abandonaram os espaços de reintegração para voltar ao combate armado. No entanto, o Exército da Colômbia e a Polícia conseguiram "neutralizar" cerca de 300 membros, com prisões e entregas voluntárias. Ao ser questionado sobre o grupo liderado por Walter Patricio Arizala, conhecido como "Guacho", e acusado de ser responsável pelo sequestro e assassinato de três profissionais do jornal El Comércio na fronteira entre Equador e Colômbia, o ministro comentou que o guerrilheiro quer gerar um conflito entre os dois países. "Ele quer que Colômbia e Equador briguem, já que a cooperação é fundamental para combater seu grupo", afirmou. Villegas afirmou que é praticamente impossível recuperar os corpos dos três profissionais do jornal El Comércio sem ajuda do grupo de "Guacho". A suspeita é que eles estejam na região do Rio Mataje, um local de difícil acesso.
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