Na mesma decisão em que autorizou buscas na casa do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, ordenou o afastamento imediato de cinco dos sete conselheiros do Tribunal de Contas de Mato Grosso, por suspeita de dividirem uma propina de R$ 53 milhões. A decisão de Fux, relator das investigações abertas com base na delação premiada do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), atinge os conselheiros Antonio Joaquim, Valter Albano, Sérgio Ricardo, Valdir Teis e José Carlos Novelli.
O ministro autorizou a Polícia Federal a fazer buscas nos endereços residenciais e nos gabinetes dos cinco conselheiros de Contas. O expediente no Tribunal foi suspenso nesta quinta-feira (14). Segundo Silval, o conselheiro Novelli cobrou a superpropina de R$ 53 milhões em 2012 para supostamente não embaraçar as obras do MT Integrado — projeto de pavimentação de estradas. O ex-governador contou que o dinheiro seria rateado entre os cinco conselheiros.
A propina milionária foi paga, segundo a delação do ex-governador, em contratos de sua gestão com uma empresa de sistemas e empreendimentos — um contrato, no valor de quase R$ 50 milhões, foi fechado para digitalização de documentos do Estado. Silval revelou que o conselheiro Novelli exigiu "garantias" de que a propina seria mesmo quitada, o que ocorreu por meio da emissão de 36 notas promissórias. Segundo o delator, o ajuste com a Corte de contas ocorreu por meio de seu ex-chefe da Casa Civil, Pedro Nadaf, e pelo deputado peemedebista Carlos Bezerra, que também teriam sido contemplados com propinas que teriam chegado a R$ 1 milhão.
Silval afirmou ainda em sua delação, que um conselheiro, Sérgio Ricardo, indicou irregularidades nas obras do MT Integrado e que, depois do acerto, foi firmado um Termo de Ajustamento de Conduta e as obras foram retomadas.
Tribunais de Contas Estaduais e de Municípios são fontes inesgotáveis de corrupção. Não há um sequer deles que não seja corrupto, onde não se negocie de tudo, desde um simples parecer favorável a aprovação de tomada de contas do mais modesto município do País. E essa é a menor das corrupções. As maiores passam, por exemplo, por pareceres e decisões que aprovam a realização de licitações de lixo (os maiores contratos de todas as cidades brasileiras) flagrantemente fraudadas, com o objeto licitado dirigido para um vencedor colocado de maneira explícita nos editais. Por exemplo: neste momento está em curso a bilionária licitação de lixo da prefeitura de Curitiba. É uma licitação de faz de conta, já há um vencedor escolhido, e isso ocorre debaixo das barbas da Força Tarefa da Operação Lava Jato, que trabalha em Curitiba. E o vencedor será um investigado poderoso na Operação Lava Jato. O que o Tribunal de Contas do Paraná faz? Nada, absolutamente nada.
Um comentário:
Deixei um pedido de link de um texto seu.
Abração do Oleari.
www.donoleari.com.br
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