O Brasil ficou ainda menos católico. De outubro de 2014 a dezembro deste ano, a primeira religião cristã do mundo perdeu ao menos 9 milhões de fiéis, ou 6% dos brasileiros maiores de 16 anos, segundo pesquisa Datafolha. Há dois anos, eram 60% os que se declaravam católicos; neste ano, são 50%. Como a margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos, a queda foi de no mínimo 6 e no máximo 14 pontos percentuais – nesse cenário, seriam mais de 20 milhões de fiéis (algo como a população da Grande São Paulo). No mesmo período, a fatia dos que dizem não ter uma religião mais que dobrou, de 6% para 14%. O Datafolha ouviu 2.828 brasileiros maiores de 16 anos selecionados por sorteio aleatório, em amostragem representativa da população. Feita em 174 municípios, a pesquisa tem margem de erro de 2 pontos percentuais para mais ou para menos (nível de confiança de 95%). O professor de filosofia da religião da PUC, Luiz Felipe Pondé, também vê um processo de desinstitucionalização das religiões: "A igreja atrapalha, tira a liberdade, é excessivamente racionalista, interesseira ou contrária à pureza interior da busca da fé", O filósofo lembra que a recusa à institucionalização está na origem do protestantismo e marca a história das religiões, "que sempre andam à frente achando que vão reencontrar o passado puro". Dados do Centro Global de Estudos da Cristandade mostram que mesmo os católicos crescem a taxas maiores que a população com um todo, ou sejam, aumentam sua presença no mundo, enquanto encolhe a fatia dos não religiosos. O ritmo de crescimento da população total é 1,21% ao ano, o de católicos, 1,28%, o de evangélicos, 2,12% e o de pentencostais, 2,20%. As religiões independentes se expandem a taxas de 2,21% (chegando a 2,94% na Ásia). Já os sem-religião crescem 0,31% por ano, os agnósticos, 0,36%, e os ateus, 0,05%. No Brasil, ainda que a redução recente na porcentagem de católicos não tenha sido acompanhada por expansão de evangélicos, metade dos protestantes saíram da Igreja Católica, onde foram criados, segundo pesquisa do Instituto Pew. A mudança de religião se dá antes dos 25 anos, e os convertidos citam como principais motivos para a mudança a maior conexão com Deus (77%) e o estilo de culto da nova igreja (68%).
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