O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) instaurou um processo para investigar cartel no mercado de câmbio brasileiro, envolvendo o real. O órgão investiga dez bancos com sede no Brasil e apura práticas feitas em território nacional por 19 funcionários e ex-funcionários das instituições. Segundo o conselho, há “fortes índícios” de conduta anticompetitiva contra os bancos BTG Pactual, Citibank, HSBC, BBM e BNP Paribas. Também há indícios da participação, em menor grau, do Itaú, Santander, ABN AMRO Real, Fibra e Societé Générale. De acordo com o Cade, as condutas anticompetitivas dos bancos teriam ocorrido nos mercados de câmbio à vista (FX Spot Market ou spot) e de futuros (derivativos). Os contatos entre os envolvidos eram feitos por meio de salas de bate-papo (chat room) da agência de notícias Bloomberg e duraram, pelo menos, entre 2008 e 2012. “Os indícios levantados apontam para tentativas de coordenação de operações cambiais e de posições de risco cambial; tentativa de definição de preços e/ou níveis de preços para spreads cambiais e diferenciais; tentativas de influenciar o índice de referência PTAX do Banco Central do Brasil – Bacen”, lista o Cade. Segundo a superintendência do conselho, as práticas reduziram a concorrência, pois os operadores atuavam como um só player no mercado. O grupo dos dez bancos com sede no País é diferente de um segundo, que também é investigado por manipulação em taxas de câmbio. Sobre esse outro processo, o Cade anunciou, também nesta quarta-feira, um acordo com Barclays PLC, Citicorp, Deutsche Bank , HSBC Bank PLC e JP Morgan Chase & CO sobre esse caso. Eles são investigados por um esquema internacional de cartel de manipulação de índices de câmbio, que teve efeitos no Brasil. O conselho multou as instituições em 183,5 milhões de reais.
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