Nem o republicano Donald Trump nem a democrata Hillary Clinton esperavam ganhar tantos votos em Nova York, na primária realizada nesta terça-feira (19), em mais uma etapa para definir os candidatos dos respectivos partidos. Em discurso de vitória na Trump Tower, o dono do prédio disse que "nem em imaginação mais fértil" estimava ganhar 60% dos votos, quatro vezes mais do que o principal rival, Ted Cruz (15%), que perdeu também para John Kasich (25%). Pesquisas indicavam que ele teria oito pontos a menos. Deve levar a maioria dos 95 delegados em jogo. Com 93% das urnas apuradas, já garantira 89. Já Hillary superou Sanders por 58% a 42% e ganhou ao menos 129 dos 247 delegados, fora 44 superdelegados — na convenção que apontará o candidato, os primeiros votam segundo as urnas; os últimos são a cúpula do partido, livres para escolher (e geralmente a escolhem).
Os favoritos das duas legendas se fortalecem para a próxima rodada de prévias. Na Pensilvânia, principal dos cinco Estados que votarão em seis dias, segundo pesquisa da Fox News, Trump tem 48% da preferência, contra 22% de John Kasich e 20% de Cruz. Hillary venceria Sanders por 49% a 38%. À ex-secretária de Estado importava marcar território ante o rival, adepto do discurso de que a maré estava a seu favor após vencer oito embates seguidos até Nova York. "Há essa percepção de que o povo quer Sanders, mas o partido quer Hillary", diz David Birdsell, da Universidade da Cidade de Nova York. Não é verdade. Mesmo antes de Nova York, Hillary somava mais delegados e superdelegados (1.289 e 469) do que o oponente (1.045 e 31). O senador por Vermont empolgou multidões e disparou e-mails dizendo que êxito seu seria um "abalo chocante". Mas Hillary é boa de voto no Estado, que a elegeu duas vezes para o Senado e lhe deu 17 pontos sobre Barack Obama em 2008. "Esta primária era pessoal", disse. O desafio, agora, é unificar a legenda em torno de sua cada vez mais provável nomeação. Mas um em cada quatro eleitores de Sanders se recusa a votar nela, segundo pesquisa da McClatchy-Marist, o que pode ser um problema na eleição presidencial, em novembro. O vice-versa é mais generoso: só 14% dos que a apoiam não o endorsariam.
Nenhum comentário:
Postar um comentário