O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), decidiu restringir o acesso às dependências da Casa a partir desta segunda-feira (11), semana em que deve ir à votação no plenário o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff. A partir de quinta-feira (14), só entrarão no prédio da Câmara parlamentares, servidores, prestadores de serviços e pessoas credenciadas. Com exceção dos parlamentares, todos deverão passar por detector de metais – hoje, servidores e credenciados não precisam. A partir de sexta-feira (15), data prevista para o início da votação, só terá acesso ao Salão Verde e ao plenário quem estiver com uma credencial específica para o período de votação. A previsão é de que o debate e a votação no plenário tenham início na sexta-feira e se estendam por três dias, terminando no domingo (17). Na sexta-feira (8), Eduardo Cunha havia dito que teria que "definir um critério qualquer" para os dias de votação, já que há muitos jornalistas credenciados na casa e muitos parlamentares querem levar "filhos, esposas, maridos". "Você não vai conseguir atender na galeria todo mundo e vai gerar briga por ocupação, provavelmente claque, e não é esse o objetivo", afirmou. As visitas a todo o Congresso, que ocorrem diariamente, das 9 horas às 17h30, ficarão suspensas a partir deste sábado (9) até o outro domingo (17). Segundo o comunicado da Diretoria-Geral da Câmara, o policiamento ao redor do Congresso será feito pela polícia legislativa com apoio de "tropas designadas pela Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal". O governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB), reuniu-se na última terça-feira (5) com Eduardo Cunha na Câmara para discutir o esquema de segurança dos dias de votação. Grupos a favor e contrários ao impeachment já se preparam para manifestações em frente ao Congresso neste período e há o temor de confronto entre os grupos. O deputado Wadih Damous (PT-RJ) já acusou Cunha de "querer um cadáver" ao prever a votação no fim de semana – o que certamente reunirá mais gente no gramado em frente ao Congresso do que se ocorresse num dia de semana.
Na última sexta-feira (8), Eduardo Cunha já havia dado indicações de que deve restringir bastante o acesso de jornalistas à dependências da Câmara nos dias de votação. Segundo ele, só os jornalistas credenciados já se igualam em número aos deputados (são 513).
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