Houve bate-boca há pouco entre o deputado Silvio Costa (PTdoB-PE), vice-líder do governo, e parlamentares favoráveis ao impeachment. A discussão do relatório, do deputado Jovair Arantes (PTB-GO), que recomenda o início do julgamento da presidente Dilma Rousseff já dura mais de cinco horas, com discursos de pouco mais de 20 parlamentares. O clima esquentou quando Costa disse que o deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ), opositor de Dilma, é mal-educado. Costa também fez menção a denúncias contra Danilo Forte (PSB-CE) quando ele era presidente da Funasa. O presidente da comissão, deputado Rogério Rosso (PSD-DF), intercedeu e deu aos parlamentares direito de resposta. Danilo Forte afirmou que saiu há seis anos da Funasa e não foi acusado de nenhuma malversação de dinheiro público. “Saí da Funasa elogiado do Ministério Público Federal e pelo Tribunal de Contas pela gestão que fiz lá”, declarou. Por sua vez, Sóstenes Cavalcante disparou contra Costa: “A arma dos incompetentes e medíocres é a calúnia, a difamação e os xingamentos”. Silvio Costa contra-argumentou que há uma “confraria do golpe”, composta de políticos que não gostam da presidente Dilma Rousseff. Entre eles, citou, Augusto Nardes, Michel Temer, Eduardo Cunha e Aécio Neves. Com o tom satírico que lhe é de costume, Costa comentou: “Aécio Neves tem dois problemas: urnas e Furnas”, ao se referir ao fato de o senador ter perdido a eleição presidencial em Minas Gerais, estado de origem, e à ligação do político com escândalos em Furnas. Em relação ao relatório de Jovair Arantes, Costa disse que o texto foi desqualificado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) ao apresentar uma nova denúncia. “Se entendesse que esse atual pedido de impeachment que todos estamos debatendo teria alguma substância jurídica, é evidente que a OAB não teria entrado com outro pedido de impeachment”, sustentou. Já o deputado Izalci (PSDB-DF) apontou que o parecer pró-impeachment representa politicamente a posição da sociedade. Ele criticou o ponto do relatório que não considerou crime de responsabilidade não incluir registros de passivos no rol da dívida liquida do governo. “Esses atos contrariam princípios da Lei de Responsabilidade Fiscal e mostram completo descaso com as contas públicas”, declarou. Ele enfatizou que os decretos para abertura de créditos suplementares e as pedaladas fiscais são crimes de responsabilidade. “O governo pagou R$ 72 bilhões para quitar as pedaladas, está aí a prova do crime”, afirmou. Izalci refutou ainda os argumentos de governistas de que um eventual governo tucano iria acabar com os programas sociais. “Dizem que vamos acabar com os programas sociais, mas não vamos acabar não. Foi o governo atual que destinou bilhões para os amigos do rei por empréstimos do BNDES”, rebateu. O parlamentar acrescentou que o governo “quebrou” a Petrobras e, dessa forma, acabou com a possibilidade de aumento de investimentos em educação. Isso porque parte dos recursos arrecadados com o pré-sal serão dedicados ao setor. A reunião ocorre no plenário 1.
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