Enfrentando grave crise econômica, o governo do Rio anunciou nesta sexta (8) que vai privilegiar algumas categorias, que receberão salário integral, em detrimentos de outras, cujos rendimentos serão parcelados. O governo decidiu pagar integralmente os salários de servidores da saúde, educação e segurança, englobando as polícias Civil e Militar, bombeiros e agentes penitenciários. Todas as outras categorias, inclusive auditores da Receita, terão os vencimentos parcelados em duas vezes, a partir do décimo dia útil. O salário de abril, por exemplo, está previsto para ser depositado na próxima quinta-feira (14). A decisão foi tomada após uma reunião na tarde desta sexta-feira entre o governador em exercício, Francisco Dornelles (PP), e sua equipe econômica. Em nota, o governo do Estado do Rio de Janeiro frisou que os salários permanecem em dia. No início do ano, a data de pagamento mudou: passou do segundo dia útil para o décimo, o que para os servidores é considerado um atraso. "Todos os pagamentos aos servidores e pensionistas estão em dia. O objetivo é atingir o maior número possível de servidores com o pagamento integral", afirmou o governo em nota oficial. O Ministério Público estadual informou, por meio de sua assessoria, que não recebeu qualquer informação oficial sobre o tema e, por isso, não o comentaria. Vários serviços permanecem paralisados no Rio em meio à crise financeira, por ações dos servidores ou decisão das administrações. Os profissionais da Educação, por exemplo, mantêm uma greve iniciada em março. O principal posto do Detran, no centro do Rio, também não está funcionando. A Polícia Civil decidiu economizar não imprimindo boletins de ocorrência e deixando uma em cada três viaturas paradas para garantir combustível por mais tempo. Em meio a discussões e protestos, os servidores do Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase), responsável por atender menores infratores, sofreram uma derrota. Em decisão do próprio presidente do Tribunal de Justiça do Rio, Luiz Fernando Ribeiro de Carvalho, os servidores do Degase têm até este sábado (9) para voltar ao trabalho. Caso não atendam à determinação terão que pagar R$ 300 mil de multas diárias. "Crianças e adolescentes internados nas diversas unidades estariam privados dos direitos à saúde, à educação, à visitação e ao banho de sol. A greve colocaria em xeque a segurança pública diante da elevação da tensão e dos níveis de violência nas unidades paralisadas", informou a nota do TJ do Rio de Janeiro. Nesta terça-feira, o governo do Estado anunciou que, a exemplo do de Santa Catarina, vai entrar com uma ação no Supremo Tribunal Federal pedindo a revisão do cálculo da dívida com a União.
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