Um protesto de sindicalistas no plenário do Senado contra projeto do senador José Serra (PSDB-SP) que altera o modelo de exploração de partilha do pré-sal terminou em tumulto, troca de agressões e prisões nesta terça-feira (17) no Congresso. Oito membros do Sindicato de Petróleo de São Paulo foram retirados à força do plenário por seguranças do Senado, a pedido do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL). Ninguém tem notícia de que esses petistas protestaram em algum momento quanto à roubalheira promovida pelos petralhas na Petrobras. Os policiais usaram uma arma de eletrochoque contra um dos sindicalistas ao esvaziarem o plenário. Outros foram imobilizados, atingidos por cacetetes, e detidos pela Polícia Legislativa, levados em um camburão até a delegacia do Senado. A confusão começou quando os sindicalistas petistas dispararam gritos, no plenário, contra a aprovação do projeto. Renan pediu para se manterem em silêncio, como previsto pelas regras do Senado para quem acompanha as sessões nas galerias. Os sindicalistas mantiveram os gritos, o que fez Renan determinar à segurança para evacuar as galerias. "Os senhores são muito bem recebidos, mas se permanecerem em silêncio. Se continuarem a fazer o que fizeram, vamos evacuar as galerias", disse Renan. Segundos depois, o presidente do Senado sentenciou: "Peço à Polícia do Senado que evacue as galerias". O chefe da Polícia do Senado, Pedro Araújo, negou o uso de eletrochoque contra os sindicalistas, embora tenha sido possível observar a ação de um dos policiais contra um dos manifestantes com o aparelho. "Não usamos, mas deveria ser usado", afirmou. "Quando o presidente manda evacuar, nós temos que evacuar", completou Araújo. Renan prometeu votar nesta terça-feira (16) urgência para a votação do projeto de Serra, o que acelera a sua tramitação. A votação do projeto em si, segundo líderes de partidos, vai ocorrer somente depois que o Senado realizar audiência no plenário para discutir o texto – que deve ocorrer no dia 30 de junho. "É importante fazer esse debate. Para que a gente possa aprovar uma matéria importante como essa, ela precisa ser debatida sem surpresa e sem açodamento", disse o líder do PMDB, Eunício Oliveira (CE). Além de definir um novo modelo de exploração de partilha do pré-sal, o texto exclui a obrigatoriedade de participação mínima de 30% da empresa na exploração e produção de cada licitação do pré-sal. O projeto tramita na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, mas se a urgência for aprovada, segue diretamente para votação no plenário. O PT teme que o novo modelo enfraqueça a Petrobras, ao desobrigar a empresa a participar das licitações. "Nós vamos encaminhar contra, vamos levar nossa bancada a votar contra e, inclusive, dizer para a sociedade que o que está por trás disso é um desejo de, mais à frente, mudar o próprio regime de partilha para retornarmos ao regime de concessão do pré-sal", disse o líder do PT, senador Humberto Costa (PE). É claro que o PT é contra, o PT quer o máximo de estatização para ter onde roubar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário