terça-feira, 16 de junho de 2015

Acusado de receber propina, ex-presidente da Sete Brasil fica em silêncio na CPI da Petrobras


O ex-presidente da Sete Brasil, João Carlos Ferraz, ficou em silêncio em depoimento à CPI da Petrobras. Acusado de receber propina do esquema de corrupção, Ferraz, porém, foi chamado na condição de testemunha e, por isso, a comissão continuou a fazer os questionamentos mesmo diante das negativas de resposta. Ferraz estava protegido por um habeas corpus do Supremo Tribunal Federal (STF), concedido pelo ministro Dias Toffoli. Ferraz foi apontado pelo ex-diretor da Sete e ex-gerente da Petrobras, Pedro Barusco, como um dos beneficiários do esquema. Segundo o delator, o ex-presidente da empresa participava do rateio destinado aos funcionários da Sete da propina paga pelos estaleiros contratados para realizar as plataformas que seriam vendidas para a Petrobras. A Sete Brasil foi criada para a produção das plataformas com conteúdo nacional e sua direção foi ocupada por funcionários indicados pela Petrobras, entre eles Barusco e Ferraz. A empresa enfrenta grave crise financeira desde a deflagração da Operação Lava-Jato e tem recorrido a empréstimos para conseguir cumprir os compromissos assumidos com a Petrobras. A CPI ouviu na tarde desta terça-feira o ex-presidente do Conselho de Administração da Sete, Newton Carneiro da Cunha. Ele afirmou que a empresa fez uma apuração interna e dentro dos contratos não foram encontradas irregularidades. Disse que a única informação sobre o pagamento de propina decorre do depoimento de Barusco. "A Sete também é vítima disso", argumentou Cunha. Ele afirmou que as denúncias sobre a empresa não podem terminar por comprometer sua capacidade de atuação. "O malfeito não pode sobrepor ao que é a empresa", disse. 

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