O governo da Argentina quer que o HSBC devolva ao país US$ 3,5 bilhões que teriam sido transferidos à Suíça por clientes argentinos em transações ilegais. "O HSBC construiu uma plataforma para ajudar os clientes a evadir impostos", afirmou nesta segunda-feira (9) Ricardo Echegaray, diretor da Afip (Administração Federal de Receita Pública), órgão responsável pelos assuntos fiscais do país. A declaração foi dada em entrevista coletiva em Londres. Echegaray esteve no Parlamento britânico, onde acompanhou os depoimentos de executivos do HSBC, entre eles o CEO, Stuart Gulliver, aos membros da Câmara dos Comuns. Segundo o chefe fiscal argentino, esse valor de US$ 3,5 bilhões refere-se apenas a um período de 2006. Desde novembro, o governo argentino diz que cerca de 4.000 clientes argentinos utilizaram o HSBC para abrir contas suspeitas na Suíça. De acordo com Echegaray, as autoridades de Buenos Aires querem saber se a matriz do HSBC apoiou as transações feitas entre a filial argentina e a agência de Genebra, na Suíça, apontada como centro das operações ilegais. "Sem coletar impostos, não há governo, não há política pública, não há Estado, ou seja, não há país", disse Echegaray. Os executivos do HSBC foram chamados de "incompetentes" por membros do Parlamento britânico por causa das atividades de evasão fiscal estimuladas pela agência da Suíça. O caso é conhecido como SwissLeaks. Uma apuração jornalística internacional teve acesso a dados de 30 mil contas do HSBC obtidos por Hervé Falcian, ex-funcionário do banco em Genebra. As informações foram entregues por ele às autoridades da França em 2008. A documentação aponta que, entre 2006 e 2007, correntistas brasileiros tinham pelo menos US$ 7 bilhões na agência em Genebra.
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