Um grupo de 47 senadores republicanos divulgou uma carta nesta segunda-feira (9) ameaçando derrubar a aprovação dos Estados Unidos ao acordo com o Irã sobre o programa nuclear assim que terminar o mandato do presidente muçulmano Barack Obama, em 2017. O documento é a segunda tentativa dos republicanos de interferir na política externa de Obama e é mais um capítulo da briga do mandatário americano com seus adversários políticos, que dominam o Legislativo desde novembro. Nele, os republicanos afirmam que qualquer acordo internacional requer a aprovação de dois terços do Senado. Caso contrário, só terá valor como um acordo do Executivo, que poderá ser derrubado após a saída de Obama. "O próximo presidente poderia revogar esse acordo do Executivo com uma canetada e legislaturas futuras poderão modificar seus termos a qualquer momento", dizem os senadores na carta. Os adversários de Obama afirmam que um acordo seria insuficiente e ineficaz para impedir que a República Islâmica tenha uma bomba atômica e já propuseram desde o endurecimento de sanções até uma declaração de guerra contra os iranianos. O presidente ironizou a postura dos rivais. "Acho que é um pouco irônico que alguns parlamentares queiram se juntar à mesma causa da linha dura iraniana. É uma coalizão incomum", disse. Ele disse confiar na aprovação popular do acordo. Pouco antes, o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, disse que a carta é um caminho para a guerra e uma tentativa de minar a política externa da administração Obama. Para o ministro das Relações Exteriores iraniano, Mohammad Javad Zarif, a carta é uma tentativa de minar as negociações, que terminam no fim do mês. "Esta carta não tem valor legal e é mais um esforço de propaganda". Dentre os esforços de propaganda citados por Zarif, está a visita do primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, que foi ao Congresso americano para se pronunciar contra o acordo nuclear com o Irã.
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