quarta-feira, 28 de maio de 2014
CONSELHO DE ÉTICA DA CÂMARA ADIA ABERTURA DE INVESTIGAÇÃO O DEPUTADO FEDERAL LUIZ ARGÔLO
O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados adiou nesta quarta-feira a votação do parecer que pede a abertura da investigação de Luiz Argôlo (SDD-BA), acusado de envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal na Operação Lava-Jato. O adiamento aconteceu por um pedido de vista do processo, feito pelo deputado Sérgio Moraes (PTB-RS). Com isso, a votação deve ficar para a próxima quarta-feira. O deputado Marcus Rogério (PDT-RO), relator do processo contra Argôlo, deu parecer favorável à abertura da ação porque "as condutas, em tese, configuram ato atentatório ao decoro parlamentar e há indícios suficientes de materialidade e autoria". Investigações da Polícia Federal apuraram intenso relacionamento financeiro de Argôlo e Youssef. De acordo com a Polícia Federal, eles trocaram 1.411 mensagens. O deputado usava o telefone funcional da Câmara dos Deputados para falar com o doleiro, além de um telefone exclusivo para comunicação entre eles, cujos créditos eram pagos por Youssef, que em certas mensagens chamava o deputado de "bebê Johnson". Em diversos momentos, Argôlo cobra entregas de dinheiro para si próprio e para outros. Um dos endereços de entrega foi a residência do parlamentar em Brasília, indicam os policiais. Em conversas telefônicas interceptadas pelos policiais, Youssef é frequentemente cobrado por um interlocutor identificado como “LA”, que o pressiona para receber pagamentos. Em uma mensagem de 16 de setembro de 2013, por exemplo, o doleiro recebe orientação para enviar dinheiro para o apartamento funcional de Argôlo em Brasília. Contra Argôlo, pesam ainda suspeitas de ter recebido dois caminhões de bezerros do doleiro. Em uma das escutas telefônicas, o deputado passa o número de uma conta bancária para receber depósito de 110.000 reais.
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