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Gilad Shalit e seu pai Noam |
O soldado Gilad Shalit, libertado na manhã desta terça-feira pelos terroristas do Hamas, foi recebido será acolhido na base aérea de Tel Nof, no sul de Israel, onde era aguardado pelo primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu e foi recebido pelos seus pais. O soldado israelita, que também detém a nacionalidade francesa, foi capturado por um comando formado por três milícias islâmicas da organização terrorista Hamas. Gilad Shalit foi trocado pelo primeiro contingente de 447 prisioneiros palestinos. Gilad Shalit, automaticamente reconhecido como vítima de estresse pós-traumático, voltará para sua casa em Motzpe Hila, localidade da Alta Galiléia, no norte. Entre os terroristas libertados está o mais antigo prisioneiro palestino em Israel, Nail Barghuti, preso desde 1978, e a primeira mulher no braço armado do Hamas, a terrorista Ahlam al-Tamimi, condenada a 16 penas de prisão perpétua pelo atentado em uma pizzaria de Jerusalém Oriental (15 mortos no dia 9 de agosto de 2001). Dos 477 prisioneiros, 137 foram autorizados a voltar para suas casas na Faixa de Gaza, 96 para a Cisjordânia e 14 para Jerusalém Oriental. Mas, 204 palestinos foram exilados: 164 para a Faixa de Gaza e 40 para o Exterior (Turquia, Qatar e Síria). Seis árabes israelenses libertados foram autorizados a voltar para casa. O acordo assinado na terça-feira entre Israel e o Hamas no poder em Gaza, com mediação egípcia, prevê que um segundo grupo de 550 detidos palestinos será libertado nos próximos dois meses. Ao soltar 1.027 prisioneiros, muitos deles com as mãos manchadas de sangue, Israel aceitou pagar um preço proporcionalmente mais alto para recuperar um de seus soldados. Israel mostrou que a vida de um soldado judeu vale mais do que todos os terroristas palestinos. Com o passar dos anos, Gilad Shalit, capturado no dia 25 de junho de 2006 por um comando palestino na fronteira com a Faixa de Gaza, tornou-se um ícone em Israel. Seu rosto adolescente aparece em todo lugar graças a uma campanha incansável de seus pais, que acamparam durante meses perto da residência de Netanyahu em Jerusalém. Shalit foi entregue em um posto de fronteira israelense, entre a Faixa de Gaza e a península do Sinai (Egito), de onde foi conduzido de helicóptero a uma base aérea israelense e encontrou com os pais. O jovem está com a saúde debilitada, magro e respirando mal. Em entrevista a uma TV egípcia, ele disse ter sentido falta da família, e comentou: "Espero que este acordo vá promover a paz entre Israel e os palestinos". O processo de troca começou no início da manhã quando Shalit foi entregue na fronteira palestina de Rafah a autoridades egípcias, que por sua vez o transferiram para representantes do Comitê Internacional da Cruz Vermelha e funcionários da inteligência israelense em Kerem Shalom. Na base de Tel Nof, no centro de Israel, o soldado se encontrou com seus pais, Noam e Aviva, seu irmão Yoel, sua irmã Magas, e seu avô Zvi. Shalit chegou à base em um helicóptero da Força Aérea israelense procedente do acampamento militar de Amitai, próximo à Faixa de Gaza, onde teve a chance de se lavar e se livrar da roupa entregue por seus sequestradores. Segundo mostrou uma das primeiras imagens divulgadas pelo Exército israelense, já nesse acampamento Shalit pôde falar por telefone com seus familiares e recebeu óculos, os primeiros que usa desde o dia 25 de junho de 2006. Outra fotografia e imagens de vídeo divulgadas pelo Exército israelense mostraram Shalit com uniforme militar e as insígnias do novo posto que recebeu após seu cativeiro, o de primeiro-sargento. As revisões médicas realizadas nas instalações militares comprovaram que seu estado físico é bom, embora apresente sinais de magreza e rosto muito pálido. "Foram longos anos, mas sabia que chegaria o dia em que seria libertado", disse Shalit em suas primeiras declarações à televisão egípcia. Shalit explicou que soube da notícia de sua libertação há uma semana, e que nesse momento sentiu que essa seria sua "última oportunidade" para voltar para casa. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou hoje ter cumprido a missão que se fixou ao assumir o cargo há mais de dois anos. "Uma das principais missões que encontrei em minha mesa e fixei na agenda do meu coração era trazer de volta nosso soldado capturado são e salvo para casa. Hoje esse objetivo foi cumprido", declarou Netanyahu em entrevista na base militar de Tel Nof. Pelo menos oito ônibus com 293 presos palestinos a bordo entraram na Faixa de Gaza através da passagem fronteiriça de Rafah, depois que Israel os entregou ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha e às autoridades egípcias. Os presos desceram do ônibus após atravessar a fronteira e foram recebidos pelo primeiro-ministro do governo da organização terrorista Hamas em Gaza, Ismail Haniyeh, além de outros líderes do movimento islamita, e mais de cem familiares e amigos. Os ônibus tiveram que esperar cerca de uma hora no lado egípcio de Rafah, depois que duas presas palestinas se recusaram a descer em Gaza. No final, uma delas aceitou finalmente entrar enquanto a outra permaneceu no Egito. Após ficarem durante cerca de uma hora no lado palestino de Rafah, os 293 presos foram transportados até a Cidade de Gaza, para uma grande recepção na praça de Al Katiba. Além disso, outros 95 prisioneiros palestinos chegaram à cidade cisjordaniana de Ramala, onde foram recebidos na Muqata, sede da Autoridade Nacional Palestina (ANP). Noam Shalit, pai do soldado israelense Gilad Shalit, afirmou nesta tarde que o cativeiro de seu filho foi muito difícil para o jovem no começo, mas que as condições foram melhorando nos últimos anos. Às portas da residência da família na localidade de Mitzpe Hila, no norte de Israel, em frente a centenas de ativistas que ajudaram na campanha para libertá-lo, Noam Shalit explicou que Gilad permaneceu preso em um "buraco" e que ele pôde ouvir rádio e assistir televisão, embora com limitações, pois só lhe permitiam as emissoras árabes. "Ele sofreu ferimentos leves pela falta de tratamento apropriado, ferimentos de lascas e as consequências da falta de luz do sol", destacou o pai, referindo-se aos cinco anos e meio de cativeiro de seu filho. O soldado, hoje com 25 anos, foi capturado em junho de 2006 durante uma incursão de três grupos armados palestinos ao posto militar de observação onde Gilad fazia guarda perto da fronteira com a Faixa de Gaza, ataque que matou outros dois soldados israelenses. "Começamos agora um processo de reabilitação com a ajuda de médicos do Exército, esperamos que seja breve e lhe permita voltar à vida normal rapidamente", ressaltou o pai.
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