quarta-feira, 27 de julho de 2011
Justiça de Minas Gerais afasta juíza suspeita em caso do goleiro Bruno
O Tribunal de Justiça de Minas Gerais afastou nesta quarta-feira a juíza Maria José Starling, da comarca de Esmeraldas, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG). A decisão foi publicada no começo da noite no Diário do Judiciário eletrônico. A juíza foi acusada pelo ex-goleiro do Flamengo, Bruno Fernandes de Oliveira, no mês passado, durante audiência na Assembléia Legislativa de Minas Gerais, de tentar extorquir, juntamente com um advogado, R$ 1,5 milhão de sua família para que ele fosse libertado. A publicação do ato do 1º vice-presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Mário Lúcio Carreira Machado, não especifica o motivo do afastamento e se se trata do caso envolvendo o goleiro. Diz apenas: "Afastando do cargo a juíza de direito Maria José Starling, da primeira Entrância, tendo em vista a deliberação da Egrégia Corte Superior". Maria José Starling deverá responder a um processo administrativo, de acordo com o regimento interno da Justiça mineira. O goleiro Bruno, que está preso sob acusação de participar da morte de sua ex-amante Eliza Samudio, reafirmou aos deputados o que sua noiva, Ingrid Oliveira, de 26 anso, havia contado aos parlamentares da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia. Na ocasião, Bruno disse que só viu a magistrada uma vez, em outubro de 2010, durante uma audiência. A noiva do goleiro, porém, disse em seu depoimento que Maria José Starling tinha visitado Bruno na cadeia à noite. Bruno afirmou que a juíza o chamou a uma sala reservada, naquela ocasião, e lhe pediu que ficasse tranquilo porque tudo daria certo. Segundo ele, Ingrid se encontrava com a juíza e o informava sobre as conversas das duas. "No começo, eu acreditava em um trabalho limpo de pedido de habeas corpus. Mas depois mudou. Teríamos que pagar antes, ficou estranho", afirmou o goleiro. E acrescentou que sua noiva lhe escreveu em 25 de fevereiro dizendo que o advogado do jogador, Cláudio Dalledone, "tinha aberto os olhos dela". Dalledone, que também depôs aos deputados, afirmou que partiu dele a decisão de denunciar a suposta extorsão. Ele apresentou o vídeo de uma reunião que teve em fevereiro com Robson Pinheiro, então advogado de Bruno, para supostamente tratar do pedido de habeas corpus. O material, que estava inaudível, foi enviado para perícia. Na ocasião, o advogado da juíza, Getúlio de Queiroz, reafirmou que sua cliente não conhece Ingrid nem manteve nenhum contato com ela.
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