terça-feira, 29 de janeiro de 2008
Estudo do Ipea sugere que Banco Central pare de acumular reservas
O Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) divulgou estudo sugerindo que pode ter chegado a hora de o Banco Central parar de comprar reservas. O estudo também sugere que os níveis de reserva no País chegaram a um nível excessivo. O estudo é assinado pelos economistas Marco Antônio Cavalcanti e Christian Vonbun. O Ipea é vinculado ao Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (Sealopra), do imponderável Mangabeira Unger. Cavalcanti explicou que o estudo mostra que, se o objetivo das reservas é defender o País contra crises, o nível alcançado em setembro de 2007, de US$ 162,96 bilhões (hoje já ultrapassou US$ 186 bilhões), "não se justifica, é excessivo". Naquele momento, segundo ele, o nível considerado "ótimo" de reserva, de acordo com modelos econômicos estudados, estaria entre US$ 50 bilhões e US$ 90 bilhões, ou seja, haveria um "excesso" de pelo menos US$ 70 bilhões nas reservas acumuladas no Brasil no final do ano passado. Segundo ele, os benefícios das reservas são claros, como aumento da credibilidade da economia brasileira para os investidores externos, que se reflete no risco País, além da já citada proteção a crises. "As reservas reduzem os custos de ajuste a um novo cenário na crise", afirmou. Ele afirma, porém, que há custos para as reservas, já que um alto volume de recursos estão imobilizados em um ativo que "rende muito pouco em relação a outras alternativas", como pagamento de débitos externos ou realização de investimentos no País. "Nestes casos, o retorno do capital seria mais elevado", afirma.
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