Militantes da organização Mães da Praça de Maio se instalaram nesta terça-feira na Catedral de Buenos Aires para iniciar uma greve de fome em protesto contra as autoridades da capital argentina, a quem acusam de reter fundos para um projeto da entidade. "As Mãe da Praça de Maio tomaram a Catedral Metropolitana porque o prefeito Mauricio Macri ficou com o dinheiro que não é dele", disse Hebe de Bonafini, líder da organização. Segundo as “Mães”, o montante retido é de 3,4 milhões de pesos (1,07 milhões de dólares). A organização realiza projetos de construção de moradias de emergência em bairros pobres da capital argentina, com financiamento do governo nacional. O conflito começou na semana passada, quando as Mães descobriram que o dinheiro havia sido liberado pelo governo de Cristina Kirchner, mas acabou bloqueado na transferência, feita através do Banco Ciudad, oficial, pelo Instituto de Vivienda de la Ciudad, que depende de Macri. Segundo Bonafini, o grupo de seis Mães, "permanecerá na Catedral até que Macri devolva o dinheiro". Para tentar dispersar o protesto, as autoridades eclesiásticas trancaram os banheiros da Catedral, mas as mulheres, de cerca de 80 anos, montaram um banheiro improvisado com um balde e uma lona, enquanto dezenas de policiais guardavam a porta da catedral, localizada a 100 metros da Casa Rosada. As Mães da Praça de Maio nasceram de um movimento de mulheres que queriam saber informações sobre o destino de filhos que tinham sido seqüestrados, torturados e mortos pela repressão da ditadura militar. Eram mulheres comuns, sem qualquer formação política, que acabaram se impondo pela força moral. Com o passar dos anos, essas mulheres passaram a assumir posições políticas cada vez mais radicalizadas, e começaram a atuar como Ong, e talvez como embrião de um partido político ultra-radical.
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