domingo, 23 de dezembro de 2007

Ex-reitor admite Paulo Jorge Sarkis admite na Polícia Federal que trabalhou para empresa suspeita, a Pensant

Em um longo depoimento de mais de nove horas prestado para a Polícia Federal, que terminou somente na madrugada de sexta-feira, o ex-reitor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Paulo Jorge Sarkis (na foto), admitiu que trabalhou como “consultor” para a Pensant Consultores Ltda. A empresa é suspeita de ser mentora da fraude milionária no Departamento Estadual de Trânsito (Detran). O esquema envolveu duas fundações privadas, que utilizam o nome da UFSM: a Fundação de Apoio à Tecnologia e Ciência (Fatec) e a Fundação para o Desenvolvimento e o Aperfeiçoamento da Educação e da Cultura (Fundae). A fraude causou desvios de cerca de R$ 44 milhões dos cofres do Estado e foi desmontada no dia 6 de novembro, pela Operação Rodin, como resultado de investigações conduzidas por uma força-tarefa composta pelo Ministério Público Especial junto ao Tribunal de Contas do Estado, pelo Ministério Público Federal, pela Polícia Federal e pela Receita Federal (não é de estranhar que, mais uma vez, o Mistério Público Estadual tenha ficado de fora?). Um dos integrantes da força-tarefa comentou: “A única coisa que Sarkis não conseguiu esconder é que tinha ciência das irregularidades, mas não tomou providências. Ele tinha envolvimento e pode ser denunciado por omissão”. Segundo a força-tarefa, a Pensant chegou a comprar um carro ano 2006 para o ex-reitor. Sarkis admitiu que atuou na elaboração do “Pacto pelo Rio Grande”, projeto da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul, em 2006, que foi tocado pela empresa Pensant, junto com o jornalista José Barrionuevo, especialista em “gestão de imagem” de empresas e instituições. Sarkis também admitiu que prestou consultoria pela Pensant ao “Trabalhando pela Vida”, firmado entre o Detran e as fundações privadas que utilizam o nome da Universidade Federal de Santa Maria. Estas fundações de direito privado, assim como a Faurgs, deveriam ser fiscalizadas pela Curadoria de Fundações do Ministério Público Estado do Rio Grande do Sul. Mas, por uma razão inexplicável, o Mistério Público Estadual gaúcho jamais tomou as contas das mesmas, e nunca investigou suas atividades.

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