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quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Ex-presidente Fujimori é condenado a seis anos de prisão no Peru

O ex-presidente do Peru, Alberto Fujimori, foi condenado nesta terça-feira a seis anos de prisão por haver ordenado durante seu mandato a invasão ilegal da residência da esposa de seu ex-assessor Vladimiro Montesinos. Esta é a primeira condenação de Fujimori, que enfrenta outras quatro acusações de corrupção e mais duas de crimes contra os direitos humanos. O ex-presidente anunciou em seguida que irá recorrer da pena. O julgamento foi realizado em uma sede policial de Lima. onde Fujimori está preso desde setembro, quando foi extraditado do Chile. A pena pela acusação de abuso de autoridade se deu em razão da invasão domiciliar da casa de Trinidad Becerra, esposa de seu ex-braço direito Vladimiro Montesinos, na qual um falso fiscal, ordenado por Fujimori, entrou de maneira ilegal. A invasão ocorreu em 7 de novembro de 2000, nos últimos dias do terceiro mandato de Fujimori, que acabou em meio a um escândalo de corrupção protagonizado por Montesinos. A invasão de domicílio tinha como objetivo buscar fitas de vídeo que pudessem comprometer o ex-presidente em atos de corrupção, já que Montesinos filmava escondido suas reuniões. Muitos desses vídeos foram divulgados, e seu conteúdo foi usado como prova contra o próprio Montesinos e seus interlocutores. O ex-presidente assumiu sua responsabilidade neste caso durante a fase de investigação realizada em outubro, mas a Corte não considerou o ato como uma confissão sincera, já que demorou sete anos para reconhecer sua culpa. Na segunda-feira começou o julgamento por violação de direitos humanos, no qual o ex-presidente terá que responder por dois massacres que deixaram 25 mortos, entre 1991 e 1992, e por dois seqüestros de opositores a seu governo. Por essas acusações, Fujimori pode passar o resto da vida na prisão. Fujimori tentou, por quase sete anos, fugir da Justiça peruana, refugiando-se no Japão em 2000, país do qual também possui nacionalidade. O procurador buscará provar seu envolvimento, direto ou indireto, nas violações dos direitos humanos de seu regime (1990-2000), ligadas à luta entre o Exército e a guerrilha maoísta do Sendero Luminoso, que deixou 70 mil mortos e desaparecidos. Fujimori está sendo julgado pelos massacres de Barrios Altos e de La Cantuta, em 1991 e 1992, em Lima, durante os quais 25 pessoas foram executadas pelo grupo Colina, um esquadrão da morte formado por militares, e pelo seqüestro e detenção do jornalista Gustavo Gorriti, então correspondente do jornal espanhol "El País", e de um empresário.

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