sábado, 27 de outubro de 2007

Acabou a farsa, PT trama a perpetuação de Lula no poder, é a ditadura a caminho

Deputados federais do PT e de partidos que compõem a base de sustentação do governo estão se movimentando para apresentar uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que permita a Lula disputar eleições sem limite, em uma imitação descarada da ditadura que está sendo implantada na Venezuela pelo “cantinflas” Hugo Chavez. Essa é uma estratégia seguida pelo Foro de São Paulo, uma coordenação internacional de partidos esquerdistas fundada pelo PT e dirigida por Lula, que faz a articulação em toda a América Latina e outras partes da Terra. O presidente do Tribunal Superior Eleitoral criticou essa proposta e chamou a possibilidade de terceiro mandato de “blasfêmia”. "Nessa altura, é algo inimaginável. O terceiro mandato não atenderia ao Estado, não seria bom para o Brasil nem para Lula”, disse o ministro Marco Aurélio Mello. No começo do mês, o presidente Lula disse que uma proposta nesse sentido era coisa de gente que não leva a política a sério. Era o sinal dado. Político quando diz um “não” está querendo dizer exatamente um “sim”; quando ele aponta em uma direção, o caminho que visa é exatamente o contrário. Disse Lula: "Porque no Brasil tem muita gente que não quer levar a política a sério. A alternância do poder é educadora para a construção da democracia. Não existe ninguém insubstituível”. É ao contrário disso. Ele se julga indispensável, pensa que ninguém, nunca, foi tão bom presidente, e encontrou as melhores soluções para o Brasil, do que ele. Isso está expresso nas centenas dos discursos que realiza, sempre no mínimo um por dia. Os deputados federais petistas se articulam para apresentar a proposta de “ditadura” após a votação da prorrogação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) no Senado Federal. Eles estão tomando cuidado porque acham que discutir o assunto agora pode prejudicar a votação da prorrogação da cobrança da CPMF até 2011. A proposta reúne uma série de mudanças no sistema político nacional. "Indiferentemente de quem foi reeleito ou não, a matéria garante a possibilidade de reeleição para os atuais detentores de mandato na aprovação da lei", afirmou o deputado federal Carlos Willian (PTC-MG), um dos responsáveis pela elaboração da PEC. Willian disse acreditar que até meados de novembro a proposta terá condições de ser apresentada à Câmara dos Deputados. Para que a PEC tramite na Casa, os deputados federais autores da idéia terão que reunir assinaturas de 171 parlamentares favoráveis à matéria. Com ampla maioria governista na Câmara dos Deputados, Carlos Willian não prevê dificuldades para que a PEC tenha apoio dos deputados, ainda mais quando ela representa o “secreto desejo” do PT e de Lula. "Não vejo nenhuma antipatia à proposta. Mas, para tramitar, será discutida. Não acho que seja antidemocrático, está sendo feita pela Casa Legislativa", argumentou ele. Os deputados federais não descartam anexar a PEC no texto elaborado pelo deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que tramita na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, com propostas distintas para a reeleição. Eduardo Cunha não vê clima, no entanto, para que o Congresso avalize um terceiro mandato para Lula: "Ao meu ver, o clima é mais para não ter reeleição. Não há clima para essa discussão, mas se há interesse em colocá-la em pauta, por que não debater?" O deputado lembrou que a tramitação da PEC será lenta, já que tem que passar por uma comissão especial antes de chegar à votação em dois turnos na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. Já o deputado federal Devanir Ribeiro (PT-SP) defende a realização de plebiscito para que a população decida sobre a possibilidade de um terceiro mandato para o presidente Lula. Assim como Carlos Willian, o petista Devanir Ribeiro é outro articulador do tema na Câmara. Diz ele: "Eu defendo que isso seja definido por meio de plebiscito. Se o povo quiser, não vejo problema em um terceiro mandato. Nos primeiros quatro anos, o presidente está apenas reconhecendo problemas. Nos outros quatro, implementa projetos. De presidente em presidente, o País muda de rumo". Devanir Ribeiro nega que tenha articulado a iniciativa de um terceiro mandato com o Palácio do Planalto, o que evidentemente não é uma verdade: "O Palácio não quer porque não tem que querer isso. Temos que usar os instrumentos que nós temos. Nunca conversei com o presidente Lula ou com ministros sobre isso. O Congresso é que tem que sentir. Na Câmara, tenho quase certeza que seria bem visto”. Devanir Ribeiro diz ainda: “O povo tem autonomia para definir sobre o destino de seus representantes. Não sou eu que acho pouco dois mandatos. Se o governo está dando certo e o povo acha isso, deve ser consultado”. Ele afirma: “Minha idéia é apresentar uma emenda para que o presidente possa convocar plebiscito popular. Em quase todas as democracias modernas o presidente tem esse direito, e no Brasil não”. Não é preciso acrescentar que Devanir Ribeiro é uma dessas figuras que descende em linha direta do sindicalismo da base metalúrgica de São Bernardo do Campo, foi quatro vezes vereador pelo PT de São Paulo e é deputado federal pela segunda vez, além de ser amigo de Lula. Ou seja, as digitais dele não deixam ninguém se enganar. Acrescenta ele: “O presidente poderá convocar plebiscito sobre qualquer assunto polêmico, aborto, pena de morte, e inclusive, reeleição”. Ele pensa que o Brasil é um imenso sindicato de metalúrgicos, onde uma seita de dirigentes que escaparam da linha de produção se eterniza na burocracia sindical e nas suas benesses. A prova de que o projeto é do PT e não é de hoje está nas próprias palavras de Devanir Ribeiro: “Tenho essa emenda pronta há quase dois anos, guardada na gaveta para um momento oportuno. Se eu tomar a decisão de apresentá-la será com o apoio de meus pares”.

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