domingo, 9 de setembro de 2007

Governo de Evo Morales quer suspender a Assembléia Constituinte

O vice-presidente boliviano, Álvaro García Linera, apresentou na quinta-feira um projeto de lei para fechar temporariamente a Assembléia Constituinte, após o fracasso das tentativas do governo de Evo Morales de abrir um diálogo para sair da crise. Em agosto, a maioria governista na Assembléia retirou de sua pauta a reivindicação de Sucre de ser a sede de todos os poderes do Estado. Desde então a Constituinte está paralisada e a cidade é o eixo de um conflito nacional. O senador Guido Guardia, do partido de Evo Morales, o trotskista Movimento ao Socialismo (MAS), anunciou que enviará outro projeto para "eliminar" a Constituinte e restabelecer a paz no país. Os deputados Willman Cardozo e Rodrigo Ibáñez, da aliança conservadora de oposição Podemos (Poder Democrático e Social), explicaram que pedirão que o Congresso acelere a tramitação da proposta de Linera. Sucre voltou a ser na quinta-feira o cenário de violentos choques, desta vez entre universitários e policiais. O saldo foi de cerca de 100 feridos. Os habitantes do departamento de Chuquisaca, com apoio de outras regiões de oposição, exigem que a Assembléia reconsidere o debate sobre a proposta de Sucre de voltar a ser sede do Parlamento e do governo. Os dois órgãos estão em La Paz desde o fim de um conflito civil de 1899. O Comitê Interinstitucional de Sucre exige para qualquer aproximação que a Assembléia não delibere antes de solucionar o conflito, que a Igreja Católica assista ao diálogo e que a Polícia seja retirada das ruas. Além disso, pede que Morales, que tenta aparentar o papel de mediador, assuma que é "parte ativa" do problema. A Conferência Episcopal católica também exigiu que Morales "assuma a sua responsabilidade, não como “mediador”, mas “como principal responsável e fiador das liberdades cidadãs e da paz social para todos os bolivianos".

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