Argentina pedirá aos Estados Unidos a extradição do "homem da mala"

O governo argentino anunciou que entregará aos Estados Unidos na terça-feira um pedido para a extradição do empresário venezuelano Guido Antonini Wilson, que no começo do mês tentou entrar na Argentina com uma mala com US$ 800 mil (mais de R$ 1, 5 milhão) não declarados. A solicitação foi remetida na sexta-feira pela juíza Marta Novatti ao Ministério das Relações Exteriores da Argentina, que repassou o pedido à Embaixada norte-americana em Buenos Aires. O pedido de extradição será enviado à embaixada da Argentina em Washington. Na próxima terça-feira, deverá chegar ao Departamento de Estado dos Estados Unidos. No último dia 16, Marta Novatti ordenou a detenção de Antonini Wilson, que também possui cidadania norte-americana, para que possa interrogá-lo por sua tentativa de entrar com dinheiro ilegalmente no país. A polícia argentina disse nesta semana que Antonini Wilson foi localizado por agentes do FBI em sua casa em Miami. Segundo o tratado bilateral de extradição, para que sua prisão seja efetuada, é necessário um pedido expresso da juíza. No dia 4 de agosto, Wilson chegou de um vôo privado vindo de Caracas, acompanhado por argentinos e venezuelanos, alguns funcionários públicos. O avião foi alugado pela estatal argentina Enarsa. Nele também viajavam funcionários da empresa e da Petróleos de Venezuela (PDVSA). O escândalo provocou a demissão de Claudio Uberti, um dos funcionários argentinos que viajavam com Antonini Wilson. O gerente geral da PDVSA-América, Diego Uzcátegui Matheus, renunciou ao cargo, já que um de seus filhos teria convidado o empresário venezuelano para viajar no avião.