De acordo com os dados coletados, durante a gestão de Bolsonaro, aconteceram discussões entre oficiais das Forças Armadas e ministros sobre a possibilidade de um golpe, que não se concretizou devido à falta de apoio dos altos comandos do Exército e da Aeronáutica. Os generais que depuseram no inquérito implicaram diretamente Bolsonaro.
Um dos principais colaboradores da investigação, conforme a polícia política do regime, a Polícia Federal, foi o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que firmou um acordo de delação premiada. Embora Bolsonaro tenha negado qualquer envolvimento em tentativas de ruptura institucional, o general Freire Gomes revelou que o ex-presidente participou de discussões sobre a elaboração de minutas relacionadas a ações golpistas.
Em dezembro de 2022, um encontro significativo ocorreu no Palácio da Alvorada, quando foram debatidas estratégias para obstruir a posse de Lula. Documentos pertinentes a essas discussões foram encontrados no celular de Mauro Cid. Os ex-comandantes do Exército e da Aeronáutica enfrentaram críticas por não se envolverem no plano golpista, enquanto Braga Netto foi indiciado por supostamente ter ordenado ataques contra os militares. As conclusões da investigação foram encaminhadas ao ministro Alexandre de Moraes, que agora deve decidir sobre o encaminhamento do caso à Procuradoria Geral da República.
Veja a lista completa com o nome dos indiciados
Ailton Gonçalves Moraes Barros
Alexandre Castilho Bitencourt Da Silva
Alexandre Rodrigues Ramagem
Almir Garnier Santos
Amauri Feres Saad
Anderson Gustavo Torres
Anderson Lima De Moura
Angelo Martins Denicoli
Augusto Heleno Ribeiro Pereira
Bernardo Romao Correa Netto
Carlos Cesar Moretzsohn Rocha
Carlos Giovani Delevati Pasini
Cleverson Ney Magalhães
Estevam Cals Theophilo Gaspar De Oliveira
Fabrício Moreira De Bastos
Filipe Garcia Martins
Fernando Cerimedo
Giancarlo Gomes Rodrigues
Guilherme Marques De Almeida
Hélio Ferreira Lima
Jair Messias Bolsonaro
José Eduardo De Oliveira E Silva
Laercio Vergilio
Marcelo Bormevet
Marcelo Costa Câmara
Mario Fernandes
Mauro Cesar Barbosa Cid
Nilton Diniz Rodrigues
Paulo Renato De Oliveira Figueiredo Filho
Paulo Sérgio Nogueira De Oliveira
Rafael Martins De Oliveira
Ronald Ferreira De Araujo Junior
Sergio Ricardo Cavaliere De Medeiros
Tércio Arnaud Tomaz
Valdemar Costa Neto
Walter Souza Braga Netto
Wladimir Matos Soares
Veja o papel atribuído a cada um dos indiciados, conforme as “investigações” reveladas até aqui:
Ailton Gonçalves Moraes Barros
Capitão reformado do Exército, é acusado de intermediar a inserção ilegal de dados em cartões de vacinação contra a Covid-19. Além disso, teria participado de reuniões que discutiam estratégias para desestabilizar o governo eleito.
Alexandre Castilho Bitencourt da Silva
Coronel do Exército, é apontado como um dos autores da "Carta ao Comandante do Exército de Oficiais Superiores da Ativa e Exército Brasileiro", documento de teor golpista que buscava incitar a alta cúpula militar a intervir no processo democrático.
Alexandre Ramagem
Deputado federal, ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e delegado da Polícia Federal, é investigado por supostamente ter utilizado sua posição para facilitar ações que visavam desestabilizar o governo eleito, incluindo a disseminação de informações falsas sobre o sistema eleitoral.
Almir Garnier Santos
Almirante da reserva e ex-comandante da Marinha, é suspeito de participar de reuniões e articulações que tinham como objetivo questionar a legitimidade das eleições e promover ações contrárias à ordem democrática.
Amauri Feres Saad
Advogado citado na CPI dos Atos Golpistas como "mentor intelectual" da minuta do golpe encontrada com Anderson Torres. É acusado de elaborar documentos que propunham medidas inconstitucionais para reverter o resultado das eleições.
Anderson Torres
Ex-ministro da Justiça, foi encontrado em posse de uma minuta que sugeria a decretação de estado de defesa para interferir no resultado eleitoral. É apontado como um dos principais articuladores das ações que visavam impedir a posse do presidente eleito.
Anderson Lima de Moura
Coronel do Exército, coautor da "Carta ao Comandante do Exército de Oficiais Superiores da Ativa e Exército Brasileiro". O documento buscava pressionar a cúpula militar a intervir no processo democrático, alegando supostas irregularidades eleitorais.
Angelo Martins Denicoli
Major da reserva do Exército que ocupou cargo de direção no Ministério da Saúde durante a gestão de Eduardo Pazuello. É investigado por possível participação em esquemas que buscavam minar a confiança no sistema eleitoral e promover narrativas golpistas.
Augusto Heleno Ribeiro Pereira
Ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional e general da reserva do Exército, é “suspeito” de ter participado de reuniões e articulações que visavam questionar a legitimidade das eleições e promover ações contrárias à ordem democrática.
Bernardo Romão Correa Netto
Coronel acusado de integrar núcleo responsável por incitar militares a aderirem a uma estratégia de intervenção militar para impedir a posse do presidente eleito. Participou de reuniões e elaborou documentos com teor golpista.
Carlos Cesar Moretzsohn Rocha
Engenheiro contratado pelo PL para questionar a vulnerabilidade das urnas eletrônicas durante as eleições de 2022. É acusado de disseminar informações falsas com o objetivo de descredibilizar o sistema eleitoral brasileiro.
Carlos Giovani Delevati Pasini
Coronel do Exército suspeito de ter participado da confecção da "Carta ao Comandante do Exército de Oficiais Superiores da Ativa e Exército Brasileiro", documento que buscava incitar a alta cúpula militar a intervir no processo democrático.
Cleverson Ney Magalhães
Coronel da reserva do Exército e ex-oficial do Comando de Operações Terrestres, é investigado por possível participação em articulações que visavam desestabilizar o governo eleito e promover ações contrárias à ordem democrática.
Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira
General da reserva e ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército, é suspeito de participar de reuniões e articulações que tinham como objetivo questionar a legitimidade das eleições e promover ações contrárias à ordem democrática.
Fabrício Moreira de Bastos
Coronel do Exército supostamente envolvido na elaboração de cartas de teor golpista que buscavam incitar a alta cúpula militar a intervir no processo democrático.
Filipe Garcia Martins
Ex-assessor da Presidência da República, participou de reuniões que trataram da elaboração de minutas de golpe e é acusado de disseminar informações falsas sobre o sistema eleitoral brasileiro.
Fernando Cerimedo
Empresário argentino que realizou transmissões ao vivo questionando a segurança das urnas eletrônicas durante as eleições de 2022. É acusado de disseminar informações falsas com o objetivo de descredibilizar o sistema eleitoral brasileiro.
Giancarlo Gomes Rodrigues
Subtenente do Exército, apontado como um dos responsáveis pelo monitoramento clandestino de opositores políticos, coletando informações de forma ilegal para favorecer ações golpistas.
Guilherme Marques de Almeida
Tenente-coronel e ex-comandante do 1º Batalhão de Operações Psicológicas em Goiânia, é investigado por possível participação em operações que visavam desestabilizar o governo eleito.
Hélio Ferreira Lima
Tenente-coronel do Exército identificado em trocas de mensagens com o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Barbosa Cid, discutindo estratégias que poderiam ser interpretadas como tentativas de desestabilizar o processo democrático.
Jair Bolsonaro
Ex-presidente da República, é investigado por suposta participação em articulações que visavam impedir a posse do presidente eleito, incluindo a disseminação de informações falsas sobre o sistema eleitoral e incentivo a movimentos antidemocráticos.
José Eduardo de Oliveira e Silva
Padre da diocese de Osasco, é suspeito de utilizar sua posição para disseminar narrativas golpistas e incitar fiéis a questionarem a legitimidade das eleições.
Laercio Vergilio
General da reserva, é investigado por envolvimento em articulações que promoviam ações contrárias à ordem democrática. Segundo as investigações, participou de discussões que buscavam apoio das Forças Armadas para uma possível intervenção militar após as eleições.
Marcelo Bormevet
Policial federal acusado de integrar o esquema conhecido como "Abin paralela", uma estrutura clandestina que teria realizado espionagem ilegal contra opositores políticos. É apontado como peça-chave no monitoramento de adversários do governo.
Marcelo Costa Câmara
Coronel da reserva e ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro. As investigações apontam que ele teve papel ativo na disseminação de narrativas golpistas e participou de articulações que visavam reverter os resultados das eleições.
Mario Fernandes
Ex-número 2 da Secretaria-Geral da Presidência e general da reserva, é suspeito de fazer parte de um grupo que planejou o assassinato de líderes como o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes. Considerado homem de confiança de Bolsonaro, estaria profundamente envolvido nas discussões mais extremas do suposto plano golpista.
Mauro Cid
Ex-ajudante de ordens da Presidência e tenente-coronel do Exército (afastado), é apontado como uma figura central na articulação de estratégias para deslegitimar o sistema eleitoral. Segundo as investigações, trocou mensagens com militares e civis sobre possíveis intervenções militares e colaborou na organização de atos antidemocráticos.
Nilton Diniz Rodrigues
General do Exército suspeito de envolvimento na elaboração de planos que buscavam impedir a posse do presidente eleito. É citado em mensagens trocadas entre militares sobre a viabilidade de uma intervenção.
Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho
Empresário e neto do ex-presidente João Figueiredo, é investigado por financiar ações que desestabilizariam o processo eleitoral. As apurações indicam que ele teve papel importante no suporte logístico e na difusão de narrativas golpistas.
Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira
Ex-ministro da Defesa, general da reserva e ex-comandante do Exército, é suspeito de participar de reuniões que discutiam a possibilidade de intervenção militar para reverter o resultado das eleições.
Rafael Martins de Oliveira
Tenente-coronel e integrante do grupo conhecido como "kids pretos", é acusado de envolvimento em operações psicológicas e na disseminação de desinformação para desestabilizar a transição de poder.
Ronald Ferreira de Araújo Junior
Tenente-coronel do Exército investigado por participação em articulações golpistas, incluindo o apoio a atos que questionavam a legitimidade do resultado eleitoral.
Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros
Tenente-coronel que fazia parte do chamado "núcleo de desinformação". Ele é acusado de integrar estratégias para atacar o sistema eleitoral, promovendo dúvidas sobre sua segurança e confiabilidade.
Tércio Arnaud Tomaz
Ex-assessor de Bolsonaro e um dos principais nomes do "gabinete do ódio", é apontado como responsável por organizar e disseminar campanhas de desinformação em massa que minavam a confiança no processo eleitoral.
Valdemar Costa Neto
Presidente do PL, partido pelo qual Jair Bolsonaro disputou as eleições de 2022, é acusado de apoiar e financiar questionamentos à integridade das urnas eletrônicas. Seu papel foi considerado central na propagação de dúvidas sobre o sistema eleitoral.
Walter Souza Braga Netto
Ex-ministro da Defesa e candidato a vice-presidente de Jair Bolsonaro em 2022, general da reserva, é investigado por suposto apoio às articulações golpistas e participação em reuniões que buscavam apoio militar para contestar o resultado das eleições.
Wladimir Matos Soares
Policial federal que atuava na segurança do hotel onde o presidente Lula se hospedou durante a transição. Ele é acusado de integrar um grupo que discutiu o planejamento de assassinatos de líderes como Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes.
Do que foi divulgado até agora, as “acusações” são todas inconsistentes, frágeis, na base da “suposição”, subjetivas, baseadas em “indícios” que podem ser facilmente fabricados. Não há um fato concreto apontado para ações objetivas no sentido de estabelecimento de um golpe de Estado, com quebra do Estado de Direito. A Polícia Federal, junto com o STF. caminham para um destino de descredibilização total.
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