A Justiça do Rio Grande do Sul condenou o ex-presidente do Sport Club Internacional, Vitorio Piffero, a 12 anos e três meses de prisão pelos crimes de estelionato e lavagem de dinheiro. O dirigente e outros acusados foram responsabilizados pelo desvio de bens do clube para benefício próprio, entre 2015 e 2016, a partir da relação com empresas de transporte e turismo. O ex-vice-presidente do Inter, Pedro Affatato, foi condenado a 76 anos, um mês e 15 dias de prisão. Além de estelionato e lavagem de dinheiro, o dirigente foi penalizado por organização criminosa. Segundo a decisão, Affatato teria usado o dinheiro do clube para pagar um cruzeiro para o Caribe e uma viagem de Réveillon no Rio de Janeiro.
Outras quatro pessoas foram condenadas a penas que variam de quatro a 62 anos de prisão – os empresários Sergio Luiz Gomes da Cunha, Marconi Müller e Maria Coreti Lippert, além de Constance Muller Piffero, esposa do ex-presidente. Além das penas de prisão e do pagamento de multas, os condenados deverão indenizar o Sport Club Internacional.
O processo foi julgado pelo juiz Ricardo Petry Andrade, da 2ª Vara Estadual de Processo e Julgamento dos Crimes de Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro, na noite de quarta-feira (20). No caso de Piffero, o juiz considerou que o ex-presidente "aderiu a um grupo criminoso bastante estruturado para a prática de sucessivos delitos", causando prejuízos de R$ 281.686,00 ao Internacional. A sentença apontou que o dirigente e os demais envolvidos "se valeram da gestão do Clube, assim como de diversas empresas, de suas notas fiscais e contas bancárias, com fins de levar adiante um esquema criminoso lucrativo". O dinheiro foi utilizado, conforme a denúncia, no pagamento parcial de um veículo utilizado pela família de Piffero.
Affatato, que recebeu a maior pena, foi condenado por desviar valores do Inter para contas pessoais. A sentença apontou que o dirigente usou os recursos para custear passagens aéreas, uma viagem de Réveillon no Rio de Janeiro e um cruzeiro para o Caribe. Esta é a terceira sentença proferida pela Justiça sobre irregularidades no Inter durante a gestão Piffero e abrange o núcleo agência de viagens. Na primeira decisão, envolvendo o núcleo administrativo-financeiro, os dois ex-dirigentes também foram condenados à prisão. Na segunda, que julgou o núcleo jurídico, o ex-vice-presidente jurídico do Inter, Marcelo Castro, também foi condenado.
Os processos são oriundos da Operação Rebote, deflagrada em 2018 pelo Ministério Público, para investigar as suspeitas de irregularidades do Inter. Segundo as investigações, o esquema teria provocado um rombo de mais de R$ 13 milhões nos cofres colorados. No fim da gestão Piffero, o Internacional foi rebaixado para a Série B do Campeonato Brasileiro.
O advogado Nei Breitman, que defende o ex-presidente Vitorio Piffero, disse que vai examinar a sentença com calma para depois se manifestar: "Reafirmamos a inocência do Sr. Vitorio nesse contexto e, especialmente, pelo fato que gerou sua condenação. Iremos recorrer e confiamos na reversão da sentença". Pedro Affatato é defendido pela advogada Bruna Aspar Lima, que também irá recorrer. O empresário Sergio Luiz Gomes da Cunha, que pegou pena de 50 anos e três meses de prisão, é defendido pela advogada Thays Assunção de Oliveira. Ela disse confiar na reversão da sentença no Tribunal de Justiça. O agente de viagens Marconi Müller, que pegou pena de 62 anos e três meses de prisão, é defendido pela advogada Luciana Scheeren Soares. Ela também defende a agente de viagens Maria Coreti Lippert, que recebeu pena de 56 anos e três meses de prisão. Já a esposa de Vittorio Piffero, Constance Muller Piffero, que pegou pena de quatro anos e seis meses de prisão, é defendida pelo advogado Pedro Gerstner da Rosa.
Essas condenações parecem ser apenas simbólicas, já que a maioria dos advogados criminalistas aposta que cairão na segunda instância as acusações de lavagem de dinheiro. As práticas das quais são acusados os ex-dirigentes do Internacional são das mais comuns no mundo do futebol no planeta Terra inteiro. O futebol é um mundo mafioso, controlado atualmente, em escala planetária, pelas máfias dos cassinos e dos jogos eletrônicos. A corrupção, de todos os tipos, e todos os tamanhos, a igual é todos os países e clubes, e envolvem do menor perna de pau ao maior ídolo de futebol.
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