quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Conselho da Petrobras aprova pagamento de 20 bilhões em dividendos extraordinários

Edifício-sede da Petrobras, no centro do Rio — Foto: Marcos Serra Lima/g1

O conselho de administração da Petrobras aprovou nesta quinta-feira (21) o pagamento de dividendos extraordinários no valor de R$ 20 bilhões. A cifra equivale a R$ 1,55174293 por ação ordinária e preferencial em circulação, segundo fato relevante divulgado ao mercado. Para os detentores de ações da Petrobras negociadas na B3, o pagamento da parcela única será feito no dia 23 de dezembro deste ano. Os que possuem ADRs (papéis negociados na bolsa dos Estados Unidos) receberão o pagamento a partir de 3 de janeiro de 2025.

A Petrobras tem um total de 13.044.496.930 ações, sendo que a maior parcela (3.740.470.811, ou 28,67%) pertence ao governo federal. Com isso, dos R$ 20 bilhões pagos, R$ 5,734 bilhões serão destinados aos cofres públicos. Do montante total, R$ 15,6 bilhões foram aprovados como dividendos intermediários, com base na reserva de remuneração do capital, e R$ 4,4 bilhões como dividendos intercalares, segundo a companhia.

O pagamento de dividendos extraordinários originou uma forte crise na gestão do antigo presidente da estatal, Jean Paul Prates. Desde o início do governo do ex-presidiário Lula (PT), Prates e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, divergiam sobre os rumos da Petrobras. Os atritos aumentaram em março deste ano, quando o conselho da empresa decidiu não pagar esses dividendos. Jean Paul Prates defendia distribuir metade do valor e reter a outra metade. Na época, chegou-se a especular a saída de Prates da Petrobras. No fim de abril, como uma solução para o impasse, a empresa mudou de ideia e aprovou a distribuição, em duas parcelas, de metade dos dividendos extraordinários.

O tema parecia ter sido superado, mas, no mês seguinte, o ex-presidiário Lula demitiu Prates. Para o lugar dele, foi indicada Magda Chambriard, que tomou posse em cerimônia em junho. Em sua primeira entrevista coletiva à frente da petroleira, Chambriard disse que a empresa respeitaria "a lógica empresarial" no que se refere a distribuição de dividendos.

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