quarta-feira, 24 de abril de 2024

Vereadora Lourdes Sprengher vira ré por injúria racial contra servidor e discriminação contra estagiárias com deficiência em Porto Alegre


O G1 informa: Lourdes Sprenger (MDB) teria chamado estagiárias da Câmara Municipal de Porto Alegre, trabalhando na Escola do Legislativo, portadoras de deficiências, de 'debilóides' e dito que elas não teriam 'condições de exercer as funções para as quais foram contratadas'. Vereadora teria se referido ao chefe delas como 'aquele professor preto, sujo e burro', segundo denúncia do Ministério Público (MP).
A vereadora de Porto Alegre Maria de Lourdes dos Santos Sprenger (MDB) se tornou ré na Justiça do Rio Grande do Sul pelos crimes de injúria racial e prática discriminatória. A denúncia do Ministério Público (MP) contra ela foi aceita pela Justiça em 15 de abril.
De acordo com a acusação do MP, em 2023, a parlamentar teria proferido ofensas racistas e de intolerância religiosa contra um servidor público negro da Câmara de Vereadores e feito falas discriminatórias contra três estagiárias com deficiência.
Conforme a investigação da Polícia Civil, o conflito teria começado porque a vereadora entendia que as estagiárias, lotadas na Escola do Legislativo, seriam inaptas para as funções que foram contratadas e que o servidor público, que ocupava função gratificada de chefia delas, ainda assim, queria mantê-las nas posições.
Provas reunidas pela polícia dão conta de que Lourdes Sprenger teria se referido ao servidor público, que tinha função gratificada na escola desde 2017 e acabou sendo exonerado da função em outubro de 2023 por determinação da vereadora pelo episódio, como "aquele professor preto, sujo e burro". Além disso, teria feito referência ao fato dele ser praticante ou admirador de religião de matriz africana. Ou seja, racismo contra a umbanda.
Já o MP disse que, durante reuniões com assessores, a vereadora "praticou, induziu e incitou discriminação" contra as estagiárias ao chamá-las de "debilóides" e dizer que não teriam "condições de exercer as funções para as quais foram contratadas".
Por telefone, ao g1, a vereadora disse que a acusação "não é verdade, não há provas, é um disse-me-disse". "Não há verdades nestas denúncias, são palavras de pessoas que eu exonerei. Porque tenho uma forma de administrar. Essas pessoas ficaram magoadas. Uma delas perdeu o FG (função gratificada). Coloquei uma forma de administrar, não houve aceitação e eu não vou entrar em conflito. Estou segura que esta acusação não procede. Entrarei e contato com o advogado que tem me acompanhado nesse caso e vou fazer minha defesa. Não há nenhum problema", disse Lourdes Sprenger.

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