O Supremo Tribunal Federal (STF) aprovou as chamadas federações partidárias. As federações foram aprovadas em lei como uma alternativa às coligações, proibidas já no pleito de 2020, e podem auxiliar siglas “nanicas” a superar a cláusula de desempenho, que restringe o acesso a recursos do fundo partidário e a tempo de rádio e TV a partidos que obtenham um número mínimo de votos e representantes eleitos.
Com a proximidade das eleições e da definição jurídica sobre a validade ou não das federações, as negociações entre as legendas têm se intensificado. Siglas como PSDB, MDB, PT, PSB, Cidadania, Rede, PCdoB, PV e PSOL negociam união.
O PSDB, cujo pré-candidato ao Planalto é João Doria, mantém diálogo com o Cidadania de Alessandro Vieira e o MDB de Simone Tebet. Segundo o presidente do MDB, Baleia Rossi, a conversa com a sigla ainda está em estágio inicial. Em publicação nas redes sociais, ele afirmou que ainda é preciso consultar as bancadas e os diretórios estaduais antes de fechar um acordo.
O presidente tucano, Bruno Araújo, disse que a costura com o MDB é um “desafio imenso”, dado que envolve “dois grandes partidos do centro democrático brasileiro, que governam a maior parte do eleitorado somando municípios e Estados”.
Araújo também comentou uma possível chapa entre Doria e Simone, indicando que os partidos negociam quem assumiria a posição mais alta nesse cenário. “A maturidade política sinaliza que temos dois quadros e, se a discussão avançar, nós temos que encontrar um desenho que possibilite a escolha de quem pode (ser cabeça de chapa) e como nós podemos construir essa aliança”, afirmou.
Quanto ao Cidadania, Araújo sinalizou que as conversas estão avançadas, embora Alessandro Vieira tenha agido para incluir o Podemos nas negociações de seu partido.
No PT, a ideia mais forte é formar uma federação partidária com PSB, PCdoB, PV e PSOL. O entorno do ex-presidiário Lula passou a ver na proposta uma plataforma segura de lançamento de sua pré-candidatura ao Palácio do Planalto em 2022. A possibilidade, no entanto, enfrenta resistência de dirigentes de partidos aliados que reclamam da falta de reciprocidade do PT para chegar a um acordo. Com o PSB, por exemplo, disputas regionais são um entrave à fusão entre as legendas.
A Rede Sustentabilidade tenta formar uma federação partidária com o PSOL para superar a cláusula de barreira e continuar operando no Congresso depois das eleições do ano que vem. A construção da federação, importante para a sobrevivência da legenda, esbarra no obstáculo da presença do PT na costura, já que a Rede faz oposição sistemática ao partido do ex-presidiário Lula desde a sua fundação.
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