domingo, 3 de março de 2019

Polícia italiana prendeu o grande chefe da Camorra em Nápoles

A polícia italiana prendeu o chefe da Camorra napolitana, Marco Di Lauro, informaram fontes oficiais no sábado (2). Di Lauro, o quarto filho do líder da organização, Paolo Di Lauro, foi preso sem violência em um apartamento no bairro de Chiaiano, no sul de Nápoles, onde estava com sua mulher. Ele era o único filho de Paolo Di Lauro que permanecia solto. "Uma operação muito importante, não há quartel para criminosos", reagiu o ministro do Interior, Matteo Salvini. Cerca de 100 pessoas se concentraram na entrada da delegacia napolitana para onde ele foi levado, algemado, para celebrar a prisão com aplausos. Ele era a segunda pessoa mais procurada pelas forças de segurança italianas, atrás do chefe da máfia siciliana, Matteo Messina Dinero. Di Lauro escapou em 2004 de uma grande operação policial e desde 2006 tinha um mandado de prisão internacional em seu nome. Em 2010, um informante o acusou de pelo menos quatro mortes.
Matteo Messina Dinero
Seu pai, Paolo Di Lauro, foi chefe da Camorra nos bairros napolitanos de Scampia e Secondigliano. Pelo menos 130 pessoas foram mortas em lutas internas pela máfia napolitana em 2004, quando houve uma divisão entre os clãs Di Lauro e Amato-Pagano. Esses clâs mafiosos da Itália são poderosos e dominam vários ramos de negócios, entre eles o lixo. Mas, o mais rentável para todos eles, sem sombra de dúvida, é o tráfico de drogas. Há um porto inteiro, o de Gioia Tauro, na Calábria, que pertence à máfia Ndranghetta, Esse é um porto novo, especializado em cargos por contêineres. É por ele que entra grande quantidade de cocaína que é exportada pelos portos brasileiros. Uma doleira brasileira, a gaúcha Maria de Fátima Stocker, financiava essas operações de tráfico, pagando as quadrilhas, por meio de operações dólar-cabo que ela realizava com os mesmos doleiros implicados na Operação Lava Jato. Ou seja, dinheiro originário das propinas obtidas com contratos da Petrobras acabava financiando as operações de contrabando de cocaína do Brasil para a máfia Ndranghetta na Itália. Atualmente  a doleira Maria de Fátima Stocker cumpre pena na prisão de alta segurança de Roma.

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