Considerado o principal líder da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) na fronteira entre os dois países, o brasileiro Thiago Ximenez, o 'Matrix', foi preso na madrugada desta sexta-feira, 8, no Paraguai. Ele se entregou sem resistência, três dias depois de ter escapado de um cerco em que seu 'braço direito', Reinaldo de Araújo, foi morto por agentes das Forças de Operações Policiais Especiais (Fope) daquele país. Os dois haviam fugido juntos do quartel do Grupamento Especializado da Polícia Nacional, em Assunção, em dezembro de 2018. "Matrix" estava escondido na mata, a menos de dois quilômetros do local em que seu parceiro foi morto em confronto com os policiais, na Villa Ygatimi, departamento de Canindeyú. Com ele, os policiais apreenderam uma pistola 9 mm. De acordo com o ministro do Interior, Juan Ernesto Villamayor, o foragido estava debilitado pelo período passado escondido no mato, por isso foi levado a um hospital e passou por reidratação. "Matrix" foi levado para a capital e está custodiado no Grupamento Especializado, principal penitenciária de Assunção.
Conforme Villamayor, com base em antecedentes, será decidido se ele será expulso para o Brasil ou extraditado para a Argentina, onde também responde a processos criminais. A Argentina formalizou pedido de extradição de Ximenez, mas a decisão cabe às autoridades paraguaias. Segundo ele, o destino do preso será definido “o mais rápido possível”. Em sua conta no Twitter, o presidente paraguaio Mario Abdo felicitou a Polícia Nacional pela recaptura “de um dos principais chefes da organização PCC”. Ximenez foi preso em 2014, em Ciudad del Este, pela participação em assalto a um carro-forte. Condenado a 20 anos de prisão em território paraguaio, ele já havia fugido da prisão anteriormente com outros 12 presos. "Matrix" assumiu o comando do PCC na fronteira após a prisão do ex-líder Sérgio de Arruda Quintiliano Neto, o "Minotauro", no início de fevereiro, em Camboriú, litoral de Santa Catarina. A prisão de "Matrix" faz parte de um grande esforço que o país vizinho realiza para conter o avanço de facções brasileiras no país. Na quinta-feira, 7, um grupo de novos integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) tomaram um agente penitenciário como refém e comandaram uma rebelião, na penitenciária de Coronel Oviedo, departamento de Caaguazú, no Paraguai.
Conforme a Polícia Nacional, os revoltosos exigiam a renúncia do diretor Quintín González e melhoria nas condições dos presos. O guarda-cárcere Pablino Vera foi rendido pelos presos armados com estiletes e facas improvisadas. Os rebelados ameaçaram cortar sua cabeça e o feriram no rosto. O motim teve início no Pavilhão C, quando o agente fazia a contagem de rotina dos presos. Ele foi rendido por detentos empunhando armas brancas, feitas no interior do presídio. O guarda teve os pés e as mãos amarrados. Os cinco presos que lideraram o motim foram identificados como novos integrantes do PCC no Paraguai. Eles ameaçavam matar o refém e colocar fogo nas celas, exigindo a presença de juízes e autoridades do governo.
Depois de cinco horas de negociação, a Polícia Nacional conseguiu conter o motim e libertar o refém. O ministro da Justiça, Julio Javier Rios, esteve na penitenciária e prometeu melhorar as condições dos internos em todos os cárceres do país. Segundo ele, os motivos do motim serão investigados. O ministro admitiu que a facção paulista estende seus tentáculos por países vizinhos, como o Paraguai, e tenta controlar os presídios. No ano passado, membros do PCC lideraram uma rebelião na penitenciária de Tacumbu, em Assunção.
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