O músico André Previn, compositor de trilhas sonoras de filmes como "Gigi" e "My Fair Lady"e vencedor de quatro estatuetas do Oscar, morreu na quinta-feira (28), em Nova York. Americano nascido em Berlim, ele tinha 89 anos e não teve a causa da morte divulgada. Além da composição de trilhas cinematográficas, ele também regeu orquestras como a Sinfônica de Londres e a Filarmônica de Los Angeles. Em 2012, chegou a se apresentar com a Orquestra Sinfônica Brasileira. Também tocou com Ella Fitzgerald, compôs música de câmara e duas óperas. Sua carreira ficou conhecida pela fusão entre o jazz, o pop e a música clássica, lembra a publicação nova-iorquina. Aos 6 anos de idade, já mostrando talento para a música, foi matriculado pelo pai no Conservatório de Berlim, mas foi expulso em seguida por ser judeu (a Alemanha vivia sob o nazismo na época). A família se mudou para Los Angeles em 1939, depois de uma passagem por Paris. Sob influência do pianista Art Tatum, Previn começou a dominar o jazz aos 12 anos de idade, já quando morava nos Estados Unidos. Outro de seus ídolos era Leonard Bernstein.
Aos 16, ainda no colegial, foi convidado a participar da parte musical de "Romance no México" (1946), o que acabou se tornando sua porta de entrada na indústria do cinema. Trabalhando para os estúdios da MGM nos anos 1940, ele tocou piano e fez sincronização de trilhas sonoras. Em 1949, assumiu pela primeira vez a direção musical de uma obra, no caso, do filme "Sol da Manhã", uma aventura da cachorra Lassie. No começo dos anos 1950, adaptou sucessos do teatro musical para o cinema. Vêm dessa época suas primeiras indicações ao Oscar, por "Três Palavrinhas", com Fred Astaire, e "Dá-me um Beijo", com Kathryn Grayson e Howard Keel. Sua primeira estatueta veio com "Gigi", em 1958. O musical com Leslie Caron, Maurice Chevalier e Louis Jourdan. A próxima estatueta foi conquistada no ano seguinte com "Porgy & Bess". No começo dos anos 1960, faturou os próximos dois prêmios, por "Irma La Douce" e "My Fair Lady". Em paralelo à composição cinematográfica, gravou álbuns de música clássica, fazendo acompanhamento em piano para peças de Mozart e compondo canções para Judy Garland e Doris Day. Trabalhou ainda em peças da Broadway, como "Coco", em 1969. Um ano antes, já havia se estabelecido na Sinfônica de Londres.
O músico continuou compondo trilhas de sucesso ao longo das décadas seguintes até encerrar a carreira no cinema, nos anos 1980, com "Lutando com o Passado" e "Seis Semanas". Previn foi casado cinco vezes, inclusive com a atriz Mia Farrow. Foi durante esse casamento que ambos adotaram Soon-Yi Previn, que mais tarde se casaria com Woody Allen, então marido de Farrow, no que se tornaria o estopim da briga entre esses dois e que envolveria até acusações de abuso sexual movidas contra o cineasta. Ele deixa nove filhos, entre adotados e biológicos.
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