sábado, 9 de fevereiro de 2019

Megalixeiro Wilson Quintella Filho, corrupto confesso, da Estre Ambiental SA., paga fiança de 7 milhões e sai da cadeia da Lava Jato

O megalixeiro Wilson Quintella Filho, corrupto confesso na Operação Lava Jato, ex-presidente da fraudadora Estre Ambiental SA, depositou R$ 6,8 milhões de sua fiança para deixar a cadeia onde estava recolhido há uma semana na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba. Ele confessou pagamento de propinas de R$ 22 milhões ao ex-presidente da Transpetro, o delator cearense Sérgio Machado, e admitiu os repasses ao emedebista a título de "apoio político". No seu depoimento à Polícia Federal ele disse que não pediu qualquer contrapartida da Transpetro, subsidiária da Petrobras. Mas, até as colunas de concreto do prédio da Polícia Federal sabem que sua família faz parte da oligarquia alagoano e que tem ligações diretas com o senado emedebista Renan Calheiros. Wilson Quintella Filho foi preso na 59ª fase da Operação, denominada Quinto Ano, que investiga pagamentos de propinas no valor de R$ 682 milhões entre 2008 e 2014 na estatal Transpetro. Essa subsidiária da Petrobras estava sob inteiro comando e influência de Renan Calheiros. Isso explica os contratos obtidos pelo empresário corrupto confesso Wilson Quintella Filho. A fiança foi paga por meio de suposto empréstimo bancário conseguido por Fernando Augusto Rehder Quintella, o Guto, irmão de Wilson Quintella Filho e conhecido como um dos seus operadores. Guto já foi diretor de Meio Ambiente da Vale, onde foi colocado por indicação de Renan Calheiros. Mas, foi explodido da diretoria da Vale quando quis facilitar contratos para a empresa megalixeira muito corrupta Estre Ambiental SA, de seu irmão.

O pedido de soltura do megalixeiro corrupto Wilson Quintella Filho foi deferido pela juíza Gabriela Hardt, que expediu o seu alvará de soltura. Ele, no entanto, foi solto sob restrições, não pode entrar em contato com outros investigados, deverá entregar o passaporte à Justiça e está proibido de mudar de endereço. Mas, o empresário corrupto Wilson Quintella Filho mora em uma poderosa mansão vertical em São Paulo, da qual não precisa se afastar para ter todas as mordomias.



Segundo o advogado Pierpaolo Bottini, o executivo "informa que seu irmão, Fernando Augusto Rehder Quintella, obteve empréstimo bancário no valor suficiente para fazer frente à fiança, a fim de que possa ser colocado em liberdade imediatamente". Ao comunicar o pagamento da fiança, a defesa pede, "com urgência de modo a se evitar que o requerente passe o final de semana preso sem necessidade, a expedição do alvará de soltura e a consequente comunicação da liberdade à Superintendência da Polícia Federal de Curitiba onde Wilson Quintella Filho se encontra custodiado". Além do megalixeiro corrupto Wilson Quintella Filho, também foram presos junto com ele o advogado Mauro de Morais, e Antonio Kanji, seu operador, sob acusação de realização de operações de lavagem de dinheiro da propina. A Receita rastreou mais de R$ 20 milhões destinados ao escritório de Mauro de Morais. O advogado fez saques pouco abaixo de R$ 100 mil para que transações de R$ 9,5 milhões não chegassem ao conhecimento do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). 

As investigações tiveram como ponto de partida a delação premiada de Sérgio Machado, que afirmou às autoridades ter recebido propinas da corrupto Estre Ambiental SA para repassar a seu grupo político no MDB. Segundo Sérgio Quintella, Sérgio Machado já solicitou pagamento a título de “contribuição”,” doação” ou “apoio político”. Ele afirma que ‘isso ocorreu logo no início da gestão dele, nos primeiros meses; e que "ele disse que tinha demandas para manter o próprio “apoio institucional”, pelo que necessitava de “apoio financeiro”‘. Segundo Wilson Quintella Filho, Sérgio Machado "disse que precisava desse apoio financeiro de um grupo seleto de pessoas de confiança". Machado ainda teria dito que "gostaria de contar com o apoio financeiro das empresas’ de Quintella ’em montantes entre 1,5 a 3%, ou mesmo até 4%". Certamente foi um "acerto" muito fácil, haja vista a ligação histórica de sua família, originária de Alagoas, com o senador emedebista Renan Calheiros. 


O dono da Estre afirmou que ’em momento algum o declarante solicitou pagar qualquer quantia e nem obteve vantagens para suas empresas, inclusive nunca teve um aditivo financeiro aprovado e nem problemas para receber os valores devidos pelos contratos executados’,que ‘o percentual em questão foi solicitado por Sérgio Machado e que ‘assim que Sérgio Machado ‘fez a proposta aceitou sem imposição de qualquer condição’. Acredite quem quiser que o megalixeiro Wilson Quintella Filho é um anjinho bondoso. Quintella ainda admitiu que usou Antonio Kanji para viabilizar o pagamento de propinas. Kanji não quis falar na Polícia Federal. Está enterrado, mas vai se enterrar ainda mais quando a Polícia Federal comparar as rotas do jatinho da Estre Ambiental SA, no qual ele voava pelo Brasil inteiro fazendo pagamentos de propinas. 

Esse é o jatinho da Estre, um Phenom 300 da Embraer, voava quase todos os dias
Já Mauro de Morais, segundo consta nos autos, foi ouvido pela Polícia Federal. Alegou que "os valores sacados eram divididos em partes iguais entre ele e Antonio Kanji Hoshikawa, que o havia procurado em 2011 para a elaboração de pareceres na área ambiental para as empresas Estre Ambiental, Pollydutos, Caso Serviços e Estaleiro Rio Tietê, todas integrantes do Grupo Estre". Ainda disse que ‘tratou dos pareceres somente com Antonio Kanji Hoshikawa, nunca tendo conversado com representantes das empresas contratantes". Morais alegou "não possuir registro da prestação dos serviços. Atribui a ausência de registros a problema técnico que teve em seu computador no ano de 2016". A juíza Gabriela Hardt havia imposto um bloqueio de R$ 20 milhões aos alvos da Lava Jato 59. Nas contas de Quintella, foram encontrados R$ 550 mil. Já Antonio Kanji Hoshikawa tinha R$ 830 mil.

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