O Ministério Público Federal protocolou na noite desta quinta-feira, 17, suas alegações finais no processo contra o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (MDB/RJ) e a ex-prefeita de Rio Bonito (RJ), Solange Almeida (MDB), pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro em contratos de fornecimento de navios-sonda da Petrobrás. O ex-deputado, preso desde outubro de 2016 em Curitiba, é acusado de receber R$ 5 milhões, em pagamentos ocorridos entre setembro de 2011 e 2014, pelos contratos de fornecimento dos navios-sonda Petrobrás 10.000 e Vitória 10.000. No caso de Solange, a acusação é por corrupção passiva. Esta é uma das últimas fases do processo. Após a apresentação das alegações finais por acusação e defesas, a ação segue para sentença da juíza Gabriela Hardt, da 13ª Vara Federal de Curitiba. A denúncia foi recebida em 3 de março de 2016 do plenário do Supremo Tribunal Federal. Eduardo Cunha foi cassado e o processo foi deslocado para o Tribunal Regional Federal da 2ª Região por causa do mandato de Solange, então prefeita de Rio Bonito. Quando a gestão de Solange se encerrou, a ação penal foi enviada ao então juiz Sérgio Moro que, em dezembro passado, deixou a Lava Jato para assumir o Ministério da Justiça e Segurança Pública do governo Bolsonaro.
Em março de 2017, Eduardo Cunha já havia sido condenado por Moro a 15 anos e quatro meses de prisão por corrupção passiva, lavagem e evasão fraudulenta de divisas. Naquele processo, ele foi acusado de pegar US$ 1,5 milhão em propinas na compra do campo petrolífero de Benin, na África, pela Petrobrás, em 2011. Após recurso ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), o ex-deputado teve a condenação mantida – a pena foi reduzida para 14 anos e 6 meses de reclusão.
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