Após divergências entre seus principais dirigentes, a cúpula do PT decidiu amenizar a autocrítica em relação ao governo Dilma Rousseff e restringir o discurso à avaliação eleitoral e ao papel do partido como oposição a Jair Bolsonaro (PSL). Uma comissão de nove petistas - egressos de diferentes correntes partidárias- havia sido escalada para elaborar um texto que serviria de roteiro para o encontro do Diretório Nacional da sigla, na sexta-feira (30) e sábado (1º), em Brasília. O documento, porém, gerou desconforto e deve ser substituído. No texto inicial, a condução da economia durante o segundo mandato de Dilma, com medidas de ajuste fiscal, é apresentada como um dos principais erros da legenda, combinada à dificuldade do partido em combater a pecha de "corrupto" e a onda conservadora que culminou com a eleição de Bolsonaro. Durante a reunião, porém, integrantes da CNB (Construindo um Novo Brasil), tendência majoritária da sigla, criticaram o excesso de menções pejorativas ao governo Dilma e defenderam a elaboração de um novo texto, mais enxuto e ameno. Segundo a presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), a comissão produziu um documento "com vários temas" e "longo demais". Dilma, por sua vez, estava no encontro e fez um discurso defensivo, no qual citou realizações de seu governo, disse que não teve problemas fiscais e que foi vítima de um "golpe" que culminou no seu impeachment.
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