A Polícia Civil do Rio Grande do Sul investiga cerca de 50 comerciantes e empresários dos vales do Caí e Taquari que são os principais receptadores de cigarros produzidos em fábrica clandestina de fundo de quintal localizada no interior de Montenegro. Eles serão alvos de uma segunda etapa da investigação. No local, um suspeito foi preso na noite de quarta-feira (19). Os agentes ainda descobriram que uma facção criminosa, com base no Vale do Sinos, era responsável pela falsificação dos cigarros. O grupo criminoso é o mesmo que deu ordens para construção de um túnel para fuga em massa do Presídio Central no ano passado. Segundo a Polícia, pelo menos 12 paraguaios trabalhavam clandestinamente e em condições precárias na fábrica. A maioria fugiu ao ver a ação policial de quarta-feira, mas dois foram contidos e estão sendo tratados como vítimas. Em grupos, pessoas eram conduzidas para Montenegro para realizar o trabalho e chegavam ou saíam da cidade encapuzados. O objetivo era fazer com que não soubessem a região onde trabalhavam. Foi localizada na fábrica uma agenda com viagens marcadas até final de 2019. O delegado Paulo Costa, que investiga o caso, acredita que o esquema movimentava R$ 1,2 milhão por mês e que o prejuízo causado à facção foi de cerca de R$ 20 milhões. Foram apreendidos ainda maquinários, geradores, dezenas de caixas com cerca de 10 toneladas de cigarros, além de vários objetos e de anotações com endereços, telefones e movimentação de caixa. Os cigarros eram revendidos para todo o Estado, mas principalmente para os Vales do Caí, Taquari, do Sinos e Região Metropolitana. Os crimes apurados são falsificação, sonegação de impostos, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
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