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quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

A petista Gleisi Hoffman diz que libertação de Lula passa por uma saída política e não jurídica


Dez deputados federais do PT e a presidente nacional da legenda, senadora Gleisi Hoffmann, estiveram na manhã desta quinta-feira (20) no acampamento em apoio ao bandido corrupto e presidiário Lula, em frente à Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, onde ele cumpre pena desde abril. Alternaram-se ao microfone em discursos sobre a decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, de cassar a liminar do ministro Marco Aurélio Mello que poderia livrar Lula da cadeia. Dispararam contra o STF, a juíza Carolina Lebbos (responsável pelo processo de execução penal de Lula) e os procuradores federais que integram a força-tarefa da Operação Lava-Jato. "O que nós vimos ontem foi uma articulação forte do sistema brasileiro para não deixar Lula ser libertado", sustentou a presidente do PT, Gleisi Hoffmann. Segundo ela, setores da mídia, do Poder Judiciário e os procuradores da Lava-Jato se articularam para pressionar o STF a cassar a liminar. Ao lembrar de outra tentativa frustrada de soltar Lula – o habeas corpus concedido pelo desembargador Rogério Favreto, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em julho, derrubado pela própria corte posteriormente - , disparou contra a juíza Carlolina Lebbos, que decidiu ouvir primeiro o Ministério Público Federal antes de decidir sobre pedido de liberdade de Lula feito pela defesa com base na decisão de Marco Aurélio. "Isso é grave para o País. Você ter uma determinação de um ministro da Suprema Corte e uma juíza de primeira instância desconhecer. O Poder Judiciário que não defende os direitos de Lula, não vai defender de ninguém", acrescentou. Gleisi também lamentou a postura do presidente eleito Jair Bolsonaro de elogiar o presidente do STF que acabou mantendo a prisão após condenação em segunda instância: "Lula é a expressão da oposição que vamos fazer ao governo de Jair Bolsonaro". Segundo Gleisi, algumas posturas mais garantistas dos ministros do Supremo neste ano alimentavam a esperança de livrar Lula da cadeia antes do Natal. Sobre a decisão de Dias Toffoli, seu ex-companheiro de partido e indicado por Lula ao STF, a presidente do PT contemporizou: "Ficamos surpresos, mas o ministro Dias Toffoli sofreu uma pressão consistente desde o início. Mas esperávamos que ele daria garantia à liminar". Para a senadora, a libertação de Lula passa por uma saída política e não mais jurídica, porque, segundo ela, todas as medidas já teriam sido tomadas.

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