sábado, 29 de dezembro de 2018

Ex-prefeito petista de Estância Velha, Elivir Desiam, mata a mulher, vai a Tramandaí e se suicida no mar


O ex-prefeito petista de Estância Velha, Elivir Desiam, conhecido na cidade como "Toco", supostamente matou a sua namorada, Lucia Bialoso Valença, nesta sexta-feira, e a seguir foi para o balneário de Imbé, no litoral norte do Rio Grande do Sul, onde também supostamente se suicidou por afogamento no mar. Ele foi encontrado nas areais da praia do Imbé, levado com vida até o posto de saúde, onde teve parada cardíaca e morreu. A perícia já concluiu os trabalhos e o corpo da mulher assassinada foi recolhido ao IML. Elivir Desiam supostamente matou a mulher por esganadura e depois disso também supostamente teria jogado três mil reais sobre o seu corpo. Conhecidos dele disseram ao editor de Videversus que Elivir Desiam parecia estar sofrendo de profunda depressão há um bom tempo, mas essa versão é desconstruída pelo fato de que ele havia ingressado em cartório de Novo Hamburgo com o pedido de casamento legal. E a data do casamento estava marcada para 24 de janeiro. Supostamente, A família já teria encontrado um bilhete dele e acionando amigos para evitar que ele cometesse um desfecho final em sua vida. Isso também é uma versão espalhada pela ex-mulher, que é muito amiga de Jaime Schneider, ex-secretário de Planejamento na gestão de Elivir na Prefeitura de Estância Velha, e réu para ir a juri popular por contratação de pistoleiro para matar adversários políticos.  

Após supostamente matar Lucia Valença estrangulada, Elivir Desiam, igualmente supostamente, teria ido até a casa da ex-mulher, onde teria lhe entregue os cartões bancários, e seguiu para Imbé (pode ter sido levado à força). Desiam foi prefeito pelo PT durante dois mandatos e também foi presidente da Fenac, Novo Hamburgo, em governo também do PT, por outros dois mandatos. 

O corpo de Toco foi encontrado na praia de Imbé, no início da manhã deste sábado. Antes de cometer o suposto suicídio, ele teria confessado para familiares o assassinato da mulher. Estes familiares procuraram a Polícia Civil. Na real, trata-se da ex-mulher dele. Elivir Desiam tinha sido condenado recentemente pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul por improbidade administrativa, referente a atos de sua gestão de prefeito de Estância Velha. Essa condenação resultou das ordens de pagamento emitidas pelo ex-prefeito Elivir Desiam para o jornal semanal O Suplemento, de propriedade de seu secretário municipal de Planejamento, Jaime Schneider. 

O caso foi denunciado pelo jornalista Mauri Martinelli e pelo ex-vereador João Waldir (MDB). Por conta das denúncias destes dois, Jaime Schneider contratou o pistoleiro Alecsandro Ribeiro, vulgo "Seco". Durante a reunião para contratação do pistoleiro, na qual estavam presentes o sócio laranja de Jaime Schneider, Jauri de Matos Fernandes, o ex-vereador Luis Carlos Soares, vulgo "Viramato", e Clacy Campos, que morava como pensionista na casa, foi entregue ao pistoleiro a arma usada no atentado para matar o jornalista Mauri Martinelli, e que deveria ser empregada também contra o ex-vereador João Valdir de Godoy, uma pista Glock austríaca. É o primeiro e único caso no Brasil, documentado, em um presidente do PT participou de reunião para contratação de pistoleiro para eliminação de adversários políticos. O atentado foi praticado pelo pistoleiro Alecsandro Ribeiro na noite do dia 16 de agosto de 2006, quando Mauri Martinelli chegava ao portão de sua casa, após sair de um churrasco de campanha eleitoral do PSDB, no qual também esteve presente o pistoleiro. Ele levou sete tiros, mas conseguiu escapar milagrosamente. Não houve qualquer empenho das autoridades locais na investigação do caso. A solução para a descoberta do mando de assassinato só foi alcançada após a intervenção do Movimento de Justiça e Direitos Humanos do Rio Grande do Sul diretamente junto ao Chefe de Polícia. A partir daí houve a ordem para que o Departamento de Investigações Criminais (DEIC) investigasse o caso. E a investigação chegou a bom termo, com o inquérito sendo remetido ao promotor Marcelo Tubino, de Portão, o mesmo que denunciou também Elivir Desiam no processo que agora resultou em sua condenação no Tribunal de Justiça. O juiz (Luiz Philomena) e o promotor de Estância Velha (Paulo Vieira) estavam afastados do caso devido à íntima ligação que mantinham com o contratante do pistoleiro, Jaime Schneider. O promotor Paulo Vieira almoçava praticamente quase todos os dias com o contratante do pistoleiro. Juiz e promotor compareceram à sessão da Câmara Municipal que deu o título de Cidadão Estanciense a Jaime Schneider. O promotor Paulo Vieira, que saudou o agraciado, em seu discurso o comparou à figura de Winston Churchil, Videversus tem a gravação em video da sessão e já a publicou. O juiz Philomena e o delegado de polícia, Luis Fernando Oliveira (o mesmo do caso do homem morto que teve os olhos chupados, insolúvel até hoje), assim como o ex-prefeito Elivir Desiam, pertenciam à mesma loja maçônica em Estância Velha. 

 Passados 12 anos do atentado praticado em Estância Velha, até hoje não foi realizado o juri de Jaime Schneider, Jauri de Matos Fernandes, ex-vereador petista Luis Carlos Soares (o "Viramato") e Claci Campos. No começo de dezembro, o novo juiz de Estância Velha (o quarto na cidade, desde que aconteceram os fatos) adiou novamente a realização do juri. O motivo: a Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Sul se nega a nomear um defensor para Claci Campos, que está indefesa desde a renúncia de sua advogada. O caso é o mais óbvio possível: há uma "conspiração" no sentido de postegar indefinidamente esse caso sem julgamento, até que prescrevam os crimes pelos quais os denunciados são acusados. A importância política que é dada ao caso fica evidenciada com a nomeação de Luis Carlos Soares, o Viramato, durante o governo do peremptório petista Tarso Genro, para o cargo de Diretor Geral da 1ª Coordenadoria de Saúde do Estado do Rio Grande do Sul, responsável pela área em 51 municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre, a mais importante do Estado. Ou seja, o partido deixou claro que não desampara o ex-presidente de seccional local (Estância Velha) no caso da contratação de pistoleiro para matar adversários políticos. É um caso único na história política brasileira, muito além de Santo André e do assassinato do ex-prefeito petista Celso Daniel. 

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