quinta-feira, 15 de novembro de 2018

Comandante do Exército afirma que a Noruega não tem moral para dar pito no Brasil

O comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, endossou, durante entrevista coletiva, em Porto Alegre, nesta quarta-feira (14), as críticas à Noruega feitas nos últimos dias por Onyx Lorenzoni (futuro ministro-chefe da Casa Civil de Jair Bolsonaro). Na avaliação de Vilas Bôas, a Noruega não tem “autoridade moral para dar pito no Brasil e interferir em assuntos internos nossos”, uma vez que, segundo o comandante do Exército, o país nórdico não preservou as próprias florestas e explora petróleo no Ártico. Mais do que isso, no momento, multinacional estatal norueguesa, a Hydro Norsk, produz uma tremenda poluição no Pará. "A Noruega doou 1 bilhão de dólares ao fundo amazônico e, por terem doado esse dinheiro, se acham com direito de interferir em assuntos internos do Brasil. Essa Noruega, cuja primeira-ministra se achou com autoridade de passar um pito no presidente Temer, é a mesma Noruega que explora petróleo do Ártico. Então, o Brasil que tem mais de 70% das suas florestas originais preservadas não pode aceitar levar pito. A Noruega, um país que tem 0,3% de suas florestas preservadas, não tem autoridade moral para dar pito no Brasil e interferir em assuntos internos nossos", disse o general. 

O comandante também demonstrou contrariedade com as atuais demarcações de reservas ambientais e terras indígenas na Amazônia. No entendimento do militar, trata-se de uma “falta de soberania” do País que estaria se submetendo a pressões internacionais motivadas por interesses escusos. De acordo com Villas Bôas, as organizações não-governamentais (ONGs) que defendem a preservação da Amazônia servem à finalidade de impedir que o Brasil amplie a exploração de minérios. "Os países centrais passaram a usar as ONGs como instrumentos, nesses argumentos ambientalista e indigenista, principalmente. Fazendo uma pressão internacional muito grande. A nossa política externa foi muito submissa em relação a isso. Sempre aceitando essas pressões, e nós criamos um déficit de soberania da Amazônia. Hoje, praticamente, 40% da Amazônia está tomada, foi remarcada como terra indígena ou unidade de conservação. Essas terras estão sobrepostas a grandes jazidas de minerais. Qual a estratégia disso aí? Esses países, como não podem explorar, congelam essas áreas", afirmou.

O comandante do Exército, que deixará o posto com a troca do governo de Temer para o de Bolsonaro, também avaliou que as atuais práticas de defesa da Amazônia estão erradas. Segundo ele, o desenvolvimentismo é a solução para a preservação ambiental. "Temos que preservar a Amazônia, ter responsabilidade perante o mundo, perante às gerações futuras. Mas o caminho para preservar a Amazônia está incorreto, só na base da proibição. Não se oferecem alternativas para a população e, sem alternativa, a população vai viver da natureza, derrubar árvore para criar boi, plantar soja. Cada vez que você impede a construção de uma hidrelétrica, de uma linha de transmissão, de obras de infraestrutura, você está impedindo que a população tenha oportunidade de se desenvolver. O caminho para preservar a Amazônia é desenvolvimento", falou. 

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