O papa Francisco expulsou outros dois bispos chilenos da Igreja por acusações de abuso sexual a menores, informou o Vaticano no sábado, 13, dia em que o pontífice recebeu o presidente do Chile, Sebástian Piñera. As duas expulsões se unem a das últimas semanas dos sacerdotes Fernando Karadima Fariña e Cristián Prech. O Vaticano identificou os dois homens como Francisco José Cox Huneeus, de 85 anos, arcebispo emérito da cidade de La Serena, e Marco Antonio Órdenes Fernández, de 54 anos, arcebispo emérito de Iquique. Eles receberam a maior punição da Igreja católica "como consequência de atos de abusos a menores", descreveu o comunicado da Santa Sé. A decisão do papa, raramente tomada contra bispos, foi adotada na última quinta-feira, 11, e "não admite recurso", afirma a nota, que indica que os bispos foram informados. O anúncio feito no dia em que o pontífice recebeu a visita do presidente do Chile foi interpretado como uma mensagem concreta de que o papa está empenhado em aplicar com firmeza a "tolerância zero" contra a pedofilia. "Tivemos uma reunião boa e franca com o papa Francisco. Conversamos sobre a difícil situação que vive este momento a Igreja no Chile. Compartilhamos a esperança de que a igreja possa viver um verdadeiro renascimento e recuperar o carinho e a aproximação do povo de Deus", disse Piñera. De sua parte, o Vaticano reconheceu, em nota oficial, que os dois líderes abandonaram "a dolorosa ferida dos abusos a menores, destacando o compromisso de todos para combater e prevenir a comissão desses crimes e seu ocultamento".
No começo deste mês, a ordem religiosa à qual Cox pertence, dos Padres de Schoenstatt, disse que o Vaticano estava investigando uma acusação contra ele relacionada ao abuso sexual de um menor na Alemanha, em 2004. Acredita-se que ele retornou à Alemanha depois de um período no Chile. De acordo com a imprensa chilena, Órdenes, que renunciou como bispo de Iquique em 2012 quando estava sendo investigado pelo Vaticano, foi acusado, alguns anos atrás, de molestar um coroinha de 17 anos. Ele está vivendo em algum lugar no Chile. No mês passado, o papa Francisco expulsou o padre chileno Fernando Karadima, de 88 anos, que abusou sexualmente de adolescentes durante muitos anos e que está no centro de um escândalo mais amplo de abusos, que ainda está sendo investigado.
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