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quarta-feira, 17 de outubro de 2018

Jornalista Joice Hasselmann, deputada federal mais votada do País, diz que manter Rodrigo Maia na Presidência da Câmara é mau sinal para os eleitores

Mulher mais votada para deputada federal nas eleições 2018, a jornalista Joice Hasselmann (PSL-SP) é contra é contra a recondução de Rodrigo Maia (DEM-RJ) à presidência da Câmara, como desejam o deputado e seus aliados.  Ela, que pleiteia o posto de líder do partido ou do governo, afirmou que o posto deve ficar com algum deputado do PSL de Jair Bolsonaro e sugeriu o nome de Luciano Bivar (PE), presidente licenciado da legenda. O partido, que tem atualmente oito deputado,s crescerá para ao menos 52 no próximo ano. "Acho muito natural que o PSL pleiteie, até porque deve ser a maior bancada já que muitos deputados vão ficar sem partido por causa da cláusula", afirmou ela no aeroporto de Brasília, na terça-feira (16). A opinião da deputada eleita vai de encontro ao desejo de Maia de se reconduzir ao posto. Partidos do centrão articulam para a sua reeleição, e Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) já admitiu a possibilidade de o comando da Casa não ficar com o partido. 

Para Joice Hasselmann, porém, a manutenção de Rodrigo Maia mandaria mensagem errada para eleitorado. "O Brasil deu uma mensagem de renovação, acho que não combina muito com o momento manter o mesmo presidente", afirmou. "Acho que seria uma ideia do ponto de vista de imagem muito ruim. Porque a população mostrou que quer mudança, e se você mantém o mesmo presidente, dá a sensação de que é mais do mesmo". Ela diz que não descarta concorrer ela própria ao posto de presidente: "Eu sou cacifada pelas urnas, e o Bivar pelo papel dele no partido", diz. 

Joice Hasselmann recebeu mais de 1 milhão de votos em sua primeira disputa para a Câmara, sendo a segunda mais votada, apenas atrás do filho do presidenciável Bolsonaro. "Acho que eu ia me divertir muito sendo líder de bancada, eu gosto dessa coisa do embate de ideias, do discurso", diz ela, que antes de chegar à Casa protagonizou alguns embates dentro da própria campanha. O principal bate-cabeça ocorreu com o presidente da legenda em São Paulo, Major Olímpio. Ele gravou vídeo desautorizando a pré-candidatura da jornalista ao governo do Estado, que não se concretizou. Ela minimiza o episódio, mas diz que foi um erro do partido não lançar candidato ao governo ou dois ao Senado. "A gente não sabia o tamanho que seria a onda Bolsonaro", afirma. Também fez pouco caso do lançamento da candidatura do futuro colega de Casa, Kim Kataguiri (DEM-SP), à presidência da Casa, que afirmou ter acontecido "para ganhar um espacinho no jornal". "Ele é um bom menino. Pode ser um ótimo presidente da Câmara daqui uns anos, mas agora não faz o menor sentido", diz. 

Ao contrário do braço direito de Bolsonaro, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), a deputada eleita é favorável à aprovação da reforma da Previdência ainda no governo de Michel Temer. Segundo ela, apesar de não considerar a reforma ideal, seria um problema a menos para um eventual novo governo. "Ela é 40% boa, 60% ruim. Mas do ponto de vista de já ter um problema resolvido, seria interessante", diz. Além disso, defende a aprovação do projeto do Escola Sem Partido nos primeiros cem dias da nova legislatura, a flexibilização do Estatuto do Desarmamento, e a votação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que endurece as regras do aborto no Brasil."Não pode transformar aborto em método contraceptivo, que é o que essa bancada do PSOL, essas lhamas cuspideiras, querem", afirma. De projetos seus, diz querer acabar com as férias de meio de ano em Brasília. No Congresso, os trabalhos cessam em julho e recomeçam em agosto. "Isso é uma piada de mau gosto", afirma ela. Quer também propor texto para acabar "com todos os penduricalhos" acima do teto constitucional. E defende uma reforma trabalhista mais ampla: "A reforma foi um avanço, mas ela tem que ser melhorada. Eu vejo que as leis trabalhistas, o excesso delas, têm prejudicado o trabalhador demais". A deputada eleita será uma das novatas da "bancada Youtuber", que inclui também Kataguiri e a ativista de direita Carla Zambelli (PSL-SP), entre outros. 

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