sexta-feira, 12 de outubro de 2018

Em evento com bancada do PSL no Rio, Bolsonaro critica o PT e a imprensa, que é majoritariamente petista

No evento desta quinta-feira no Hotel Windson, na Barra da Tijuca, Jair Bolsonaro repetiu seus hits de campanha e arrancou aplausos e gritos de "mito, mito". Ele atacou o PT, prometeu "pegar pesado" na segurança pública e criticou a imprensa, a quem chamou de "adversária" e acusou de produzir notícias falsas. Bolsonaro falou para uma plateia de deputados e senadores eleitos pelo PSL no último domingo (7). O objetivo do evento era mostrar o tamanho do apoio do candidato no Legislativo. Inicialmente a ideia era reunir também aliados de outras legendas, mas além de Onyx Lorenzoni (DEM-RS) e do senador Magno Malta (PR-ES), o evento acabou ficando mais restrito a integrantes do PSL. A legenda teve votação expressiva no Legislativo e elegeu 52 deputados federais e quatro senadores. Atualmente, o partido não tem nenhum representante no Senado e conta com apenas oito cadeiras na Câmara, entre elas a do próprio Bolsonaro.

Em seu discurso para os parlamentares, o presidenciável confirmou os nomes de três de seus ministros: general Augusto Heleno na Defesa, o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) na Casa Civil, e Paulo Guedes à frente do Ministério da Economia, que vai reunir Fazenda e Planejamento. Antes de deixar o salão onde parlamentares estavam reunidos em direção à sala onde falaria a jornalistas, Bolsonaro criticou a imprensa. "Tomem muito cuidado com a mídia. Ela quer ganhar uma escorregada para me atacar. Recomendo nem falar com jornalistas, que parte da mídia quer nos desgastar", afirmou. Na sequência, Lorenzoni pediu que os militantes acompanhassem o capitão para 'acompanhar' e 'fiscalizar' a entrevista coletiva. Ao chegar para falar com a imprensa, Bolsonaro foi acompanhado por apoiadores que o ovacionavam a cada resposta que agradava a plateia.

Os fãs preencheram cadeiras vazias do salão e se posicionaram com celulares para jornalistas, atendendo ao pedido de Lorenzoni, e transmitindo a coletiva por meio das redes sociais. Quando a organização do evento anunciou que a Folha de S.Paulo faria perguntas, a plateia reagiu com vaias. Sentado ao lado de Bolsonaro, o presidente do PSL, Gustavo Bebianno, pegou o microfone e reprimiu a plateia. "Pessoal, olha só, vamos respeitar a liberdade de imprensa. Vamos respeitar as diferentes linhas editoriais que existem, isso se chama democracia. Estamos aqui para chegar ao poder pela via democrática, sem hostilizações, por favor". Antes de responder a pergunta feita pela Folha de S.Paulo sobre seus ataques à imprensa, Bolsonaro criticou o jornal por matéria publicada em janeiro, sobre uma empregada fantasma de seu gabinete. Walderice Santos foi demitida do cargo de assessora do gabinete de Bolsonaro na Câmara dos Deputados após a Folha de S.Paulo noticiar que ela vendia açaí, na hora do expediente, na Vila de Mambucaba, na região de Angra dos Reis. Bolsonaro tem uma casa de veraneio no local.

"Quando vocês acusaram Walderice de ser fantasma, segundo o boletim da Câmara dos Deputados, ela estava de férias no mês de janeiro. Isso se chama irresponsabilidade. Humilharam uma senhora, filha de negros, num local pobre", disse. Na sequência, ele respondeu ao questionamento dizendo que lamentava a morte do mestre capoeirista conhecido como Moa do Katendê. Pouco antes, ele havia questionado por meio do Twitter a versão de que a morte de Romualdo Rosário da Costa, de 63 anos, tenha ocorrido por motivações políticas. O presidenciável compartilhou um vídeo de uma entrevista no qual Paulo Sérgio Ferreira de Santana, suspeito de matar Katendê, afirma que a discussão não teve a ver com política, mas sim com futebol. Junto com o vídeo, o presidenciável postou a expressão "imprensa lixo!". "Não interessa qual o problema. Não podemos admitir esse tipo de crime, ou melhor, crime nenhum, e se porventura tenha sido uma pessoa que votou em mim, obviamente não vai votar mais agora, dispensamos esse tipo de voto. Não queremos a violência de quem quer que seja", afirmou. 

A fala dele foi acompanhada por aplausos e novos gritos de "mito". "Agora, não fique nesse fake news como se o meu pessoal disseminasse o ódio. Agora, quem levou a facada fui eu", afirmou. Bolsonaro respondeu a questionamentos sobre sua ausência em debates presidenciais. A equipe médica que cuida de sua recuperação afirma que ele só será liberado para todas as atividades de campanha a partir da próxima quinta (18). "Vou debater com um cara que nem poste é? É fantoche e pau mandado, age como camaleão. Eu vi o Haddad falando em família, em Deus. Eu fico com vergonha. Ele está cumprindo à risca o que o Lula manda ele falar: 'Haddad não é de esquerda, Haddad é de direita'. Haddad agora quer posse de arma de fogo. Bem-vindo. Tomara que ele tenha sido curado de verdade, não só por um tempo. Dizem que bandido não se aposenta, tira férias. Haddad está de férias", disse.

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