segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Antropólogo da Universidade Federal de São Carlos diz que a comunicação de Bolsonaro com o eleitorado usa tática militar de ponta, é a nova mentira da esquerda

O jornal Folha de S. Paulo nesta segunda-feira publica uma matéria que demonstra de forma cabal como as esquerdas agem no campo da comunicação. Ela publica um artigo do antropólogo Piero Leiner, professor da Universidade de São Carlos, que pretende desmontar a esfinge que representa a "comunicação" da campanha do candidato presidencial Jair Bolsonaro, deputado federal do PSL. O texto publicado pela Folha de S. Paulo parece transmitir a isenção científica emanada de um pesquisador acadêmico. Mas, não é nada disso. O texto de autoria de Piero Leiner, publicado pela Folha de S. Paulo, é uma recauchutagem de um texto que o professor havia publicado algum tempo antes em sua página no Facebook. Mais do que isso: o texto foi reproduzido pelo site petista Sul 21, que é comandado pela jornalista petista gaúcha Vera Spolidoro, ex-chefe de imprensa de governos petistas e da Comunicação do peremptório petista Tarso Genro em sua passagem por ministérios nos governos do PT. Na versão publicada pelo site petista Sul 21, o texto leva o seguinte título: "Uma contribuição para o anti-Bolsonarismo (por Piero Leirner)". Então vem o texto publicado em Sul 21:

Piero Leirner (*)
Aí vão algumas dicas de quem está vendo o outro lado agir como uma “campanha militar”, e não exatamente política. Talvez seja tarde para dizer essas coisas, mas no segundo turno essa guerra aumentará sua intensidade. Deixo aqui então uma contribuição para o anti-Bolsonarismo. (ou seja, não há dúvida sobre a intenção militante com que foi publicado o texto, escrito pelo próprio autor)

– Tática do Bolsonaro é mentira e dissimulação. Isso vocês já sabem bem. O problema imediato é o como eles mentem, e não se eles mentem. Já sabemos que não vai ter como desmentir tudo.

– TUDO QUE SE FALAR CONTRA BOLSONARO SERÁ RESPONDIDO POR ELES COM SINAL TROCADO. Não adianta acusá-lo de “roxo” achando que vai forçá-lo a dizer “amarelo”, pois é mais provável que ele responda “uva”.

– Por isso, insisto de novo: eles estão usando táticas de Operações Psicológicas que estão em manuais de guerra de 3ª e 4ª gerações (assimétrica e híbrida). Cansei de ver isso. É a filigrana dos “Human Terrain Systems” norte-americanos, usam muita psicologia, linguística e antropologia. E não tem marqueteiro, é uma tática de dissipação, e os agentes, ao assimilá-la, dão prosseguimento ao formato. Então vamos lá, alguns pontos interessantes sobre isso:

1) a maior parte da informação deles é passada em rede. Isso não se deveu só aos 8 segundos de TV, mas ao fato de que essa ferramenta desestabiliza os canais tradicionais e traz um “empoderamento” ao “cidadão comum”. As teorias da guerra híbrida usam as redes de comunicação descentralizadas para desestabilizar nações; desestabilizar uma campanha eleitoral de adversário é fichinha. Não sei se é eficaz a essas alturas responder apenas no sentido de “negar as fake news”, tem que produzir um contra-discurso (não estou sugerindo fake news, é claro) que opere na mesma lógica;

2) essa estrutura de rede foi muito bem aprendida pelas FFAA norte-americanas no Iraque e Afeganistão. Não tem cabeça, elas operam de forma mais ou menos autônoma. Não duvido que a essas alturas o bolsonarismo já é um tanto independente do seu emissor central: as redes estão fazendo campanha por si próprias, e agem como estações repetidoras umas das outras. Como a maior parte delas é semi-fechada e independente, e só mantem conexões parciais entre si, isso garante a sua eficácia: se uma “célula” cai, outras ocupam o espaço;

3) a descentralização e horizontalidade dessas redes criam essa sensação de maior amplitude, indestrutibilidade, resiliência, e, o que é mais importante, resistência à comunicação exterior que venha de um emissor que atua em outra esfera de consagração; por exemplo, a Globo, a campanha eleitoral. Tudo vai ser “mentira”, só se aceita aquilo que está na própria “célula” e em outras “confiáveis”. Não adianta dizer que a Veja é de direita e publicou aquela matéria: trata-se de uma “imprensa suja e esquerdista”, toda ela. É preciso entender que para esse mecanismo funcionar ele precisa abandonar toda emissão de signos “de fora”. Lembra do Matrix? Pois é.

4) ao mesmo tempo, é preciso perceber que eles não abandonam totalmente uma referência aos centros. No entanto, estes são etéreos: toda essa tática é fundada na ideia de que eles visam um “bem maior”, moral, Deus , família, etc. Por isso mesmo esse pessoal vai bater muito na tecla do identitarismo, trata-se de jogar o adversário para a ideia de que ele só quer representar “grupos pequenos”. Para cada vez que você falar “mulher”, eles vão responder com uma “perversão para a família”, tipo “mulher lésbica”. Manuela será o principal foco de ataque nesse campo, pela história política dela. Vão bater que ela é comunista e traz o “perigo vermelho”. Vão abusar da Venezuela. Não adianta responder com “Finlândia”. Mas é possível, por exemplo, mostrar alguma foto de Manuela fazendo turismo na frente de uma igreja na Europa. Quando eles vierem com “kit gay”, vocês contra-atacam com Haddad jogando futebol. O ponto é esse: quando eles vierem com a “uva”, vocês respondem com “suco”, não com “banana”. É básico, nessas PsiOps, que sempre se opere com uma “shifting scale”, tirando o pé da referência que o emissor inimigo enviou, e sempre com mensagens subliminares. Por exemplo, mostre a cena de uma caminhada de Haddad e Manuela pela rua, passando por um muro com uma imagem do palhaço Bozo. Depois é só deixar o apelido colar no próprio fora de nossas redes.

O que fazer para minar essa tática é realmente um problemão. Certamente há muita coisa para resolver em uma campanha, estou longe de saber como se faz isso. No entanto, se fosse seguir os manuais de contra-insurgência que pensam esses assuntos, sugeriria que se dedique alguns segundinhos a isto: atuar onde eles menos esperam, usar mensagens subliminares, fugir dos lugares que eles estão associando a vocês. Mostrem várias imagens do Moro com tucanos de black-tie, com militares, em paraísos fiscais. É preciso deixar bem claro que estes são agentes coligados, e que a situação atual de Lula se deve à política, que isso não tem nada a ver com justiça. Não adianta só falar, tem que mostrar imagens que sugiram por A+B essa história. Ela deve ser montada na cabeça das pessoas (e não vir pronta), elas têm que acreditar que chegaram a isso pelas próprias convicções.

Outra coisa: é preciso passar, de maneira inconsciente, a ideia de que a “mudança” que Bolsonaro propõe não é “reestabelecer a ordem”, mas propagar o caos. Use e abuse da imagem de um vice-presidente que não aceita comando do seu chefe, e que Bolsonaro representa um perigo à hierarquia militar. Sugira que ele pode causar instabilidade nas Forças Armadas e que isso pode levar a um golpe (lembrando que é preciso conversar com os comandantes, e mostrar que isso representa um perigo real. Eles sabem disso, mas é bom se deixar claro que o lado de cá sabe também e que está preocupado com isso). Associe ele ao Collor, isso é fácil demais. Não precisa fazer essas coisas diretamente, basta jogar imagens, e deixar a nossa rede funcionar também. (veja que ele se refere à "nossa rede", portanto o tal acadêmico assume a sua identidade político-ideológica esquerdista ou petista)

Aí nesta segunda-feira, 15 de outubro de 2018, o jornal Folha de S. Paulo publica o artigo, dando-lhe ares de estudo acadêmico isentão, tentando passar a imagem de uma publicação da grande imprensa brasileira preocupada em desvendar a esfinge em que teria se transformado a bem sucedida campanha de Jair Bolsonaro por meio das redes sociais. Diz o texto do jornal: com o seguinte texto de Guilherme Seto:

Os recursos escassos, a estética do material de divulgação e as constantes contradições de Jair Bolsonaro (PSL) e seus aliados podem levar à impressão de que a estratégia de comunicação do candidato é amadora. Contudo, segundo o antropólogo Piero Leirner, professor da Universidade Federal de São Carlos que estuda instituições militares há quase 30 anos, a comunicação de Bolsonaro tem se valido de métodos e procedimentos bastante avançados de estratégias militares, manejados de maneira “muito inteligente, precisa, pensada”. “Não se trata exatamente de uma campanha de propaganda; é muito mais uma estratégia de criptografia e controle de categorias, através de um conjunto de informações dissonantes”, explica Leirner. “É parte do que tem sido chamado de ‘guerra híbrida’: um conjunto de ataques informacionais que usa instrumentos não convencionais, como as redes sociais, para fabricar operações psicológicas com grande poder ofensivo, capazes de ‘dobrar a partir de baixo’ a assimetria existente em relação ao poder constituído”.


Nesse novo paradigma político descrito por Leirner, gestado em guerras “assimétricas” como a do Vietnã — nas quais os poderes e táticas militares são muito discrepantes entre os adversários — e colocado em prática nas “primaveras” do Oriente Médio, as redes sociais têm papel central, pois “descentralizam e multiplicam as bombas semióticas”. A cúpula bolsonarista conta com a participação de diversos membros das Forças Armadas, que tiveram contato com essas doutrinas. Reportagem da Folha mostrou que Bolsonaro é o candidato preferido da maioria dos 17 generais de quatro estrelas da corporação --o topo da hierarquia. Uma dos protagonistas do grupo de Bolsonaro é o general quatro estrelas da reserva Augusto Heleno, que chegou a ser cotado como seu vice.

Há diversos recursos de “guerra híbrida” identificáveis na campanha bolsonarista com a participação de seus eleitores: a disseminação de “fake news” e as contradições (chamadas por Bolsonaro de “caneladas”) entre as figuras de proa da campanha são alguns deles. As divergências entre o presidenciável e o vice, general Hamilton Mourão (PRTB), sobre o 13º salário, e também entre ele e o economista Paulo Guedes sobre a criação de imposto aos moldes da CPMF, são ilustrativas desse vaivém que, ao fim, gera dividendos políticos para Bolsonaro.

“Esses movimentos criam um ambiente de dissonância cognitiva: as pessoas, as instituições e a imprensa ficam completamente desnorteados. Mas, no fim das contas, Bolsonaro reaparece como elemento de restauração da ordem, com discurso que apela a valores universais e etéreos: força, religião, família, hierarquia”, analisa Leirner.

Nesse ambiente de dissonância, a troca de informações passa a ser filtrada pelo critério da confiança. As pessoas confiam naqueles que elas conhecem. Nesse universo, então, as pessoas funcionam como “estações de repetição”: fazem circular as informações em diversas redes de pessoas conhecidas, liberando, assim, o próprio Bolsonaro de produzir conteúdo.

“Ele aparece só no momento seguinte, transportando seu carisma diretamente para as pessoas que realizaram o trabalho de repetição. As pessoas ficam com uma sensação de empoderamento, quebra-se a hierarquia. O resultado é a construção da ideia de um candidato humilde, que enfrenta os poderosos, que é ‘antissistema’”, diz o antropólogo.

Esses poderosos contra os quais se voltam Bolsonaro e seus seguidores são justamente os agentes que tradicionalmente transmitem as informações de maneira vertical, como políticos, imprensa, instituições, que são lançados ao descrédito.

Concorrentes como o tucano Geraldo Alckmin e o petista Fernando Haddad, então, sofrem para atingir o eleitorado com ferramentas clássicas de propaganda. Torna-se difícil estabelecer um laço com os eleitores, especialmente com aqueles que já participam da rede bolsonarista. “O trabalho dos marqueteiros dos outros partidos ficou a anos luz de distância. A tática de Alckmin foi um incrível laboratório: quanto mais atacou, mas aumentou a resistência de Bolsonaro. E isso com ele lá no hospital. Os ataques ao Bolsonaro foram então encarados como ataques a essas ‘estações de repetição’, e sua mobilidade tornou eles inócuos”, afirma Leirner.

Se está claro que essas “fake news” geram desinformação e desorientação, o antropólogo acredita que ainda não se sabe exatamente o que se pode fazer para combatê-las. Nestas eleições, o Tribunal Superior Eleitoral tem sido pressionado para tomar alguma providência em relação a elas, mas tem tido dificuldades em fornecer respostas. “Se uma fake news é punida, outras são geradas e estações novas entram na artilharia. No fim o que vai se fazer? Punir todas as redes? Prender milhões de pessoas? O que a gente vai ver é se as instituições vão continuar assistindo sua própria implosão". Para Leirner, por fim, a proliferação de notícias falsas colabora para o deslocamento de poder dentro de instituições centrais à democracia, como a Justiça e as Forças Armadas. “Hoje vemos setores do Estado, especialmente do Judiciário, entrando em modo invasivo, cada um se autorizando a tentar estabelecer uma espécie de hegemonia própria”, diz.

Para ele, a especificidade da instituição militar, aquela que tem um poder que no limite só ela mesmo controla, deveria motivar reflexões sobre o perigo de misturá-la à política. “O que me pergunto é se o pessoal da ativa está preparado para perceber que um pedaço desse ‘caos’ está saindo de uma força política que se juntou com alguns dos seus ex-quadros (...) A instituição militar diz: ‘obedecemos a Constituição e nos autocontemos’. Invadir esse poder com a ‘política’ não é boa ideia”, diz Leirner, concluindo com reflexão sobre a conjuntura: “Parece-me que estamos vivendo um Estado bipolar: resta saber como, depois da fase eufórica, vamos encarar a fase maníaco-depressiva”.

As citações do professor esquerdista, pró-petista, ou petista militante Piero Leirner, foram "repaginadas" sob a forma de "citações", tirando o caráter petista militante do artigo publicado pelo site Sul 21, pelo jornalista da Folha de S. Paulo, que assina a matéria, Guilherme Seito. E se enquadra às mil maravilhas no movimento que o jornal petista paulista coordena junto com outros veículos da grande mídia nacional, no sentido de esterilizar a comunicação nas redes sociais, de forma a que só tenham curso as versões de fatos apresentados pelos próprios grandes veículos. Isso se consolida na tal campanha e esforços legais no sentido de combate às "fake news".  

O PT, nas últimas duas décadas, em associação com a grande imprensa, utilizando no mínimo 95% das redações dos grandes veículos de comunicação, constituído de jornalistas petistas, usou e abusou da chamada guerra de comunicação. Nessa guera, uma das especialidades linguísticas do PT e de seus aliados foi tirar o significado das ações e palavras, e substituí-los por outros. O caso mais emblemático de todas essas trocas foi substituir a palavra "invasão" por "ocupação", o que dava um caráter de legitimidade para essas operações revolucionárias. Mas, existem centenas de outros exemplos similares. A própria aplicação da chamada linguagem "politicamente correta" é uma outra dessas imposições petistas nas mentes dos brasileiros. 

Em 2006, portanto 12 anos atrás, e no auge da hegemonia do império petista na política brasileira, mas já sob o influxo do primeiro gigantesco capítulo de corrupção, o Mensalão, o instituto Datafolha fez uma pesquisa de opinião pública e constatou que o brasileiro, em sua imensa maioria, era um tipo conservador (mais de 60%) e com 47% das pessoas que se declaravam de direita.  Veja a matéria que o jornal Folha de S. Paulo, estupefato, publicou na época.

47% do eleitorado diz ter posição política de direita
Pesquisa Datafolha mostra que perfil conservador do brasileiro continua forte

Questões sobre aborto, pena de morte, maconha e maioridade penal revelam mentalidade ainda mais fortemente conservadora
FERNANDO CANZIAN
DA REPORTAGEM LOCAL 

Pesquisa Datafolha revela que 47% do eleitorado brasileiro se define com sendo de "direita". Outros 23% de "centro" e apenas 30% de "esquerda".
Apesar de menos da metade se definir como de "direita", é esmagadora a maioria que adota posições geralmente associadas ao conservadorismo, como a condenação ao aborto, às drogas e a defesa de medidas mais duras de combate ao crime.
A pesquisa mostra que são contra a descriminalização da maconha 79%. Do aborto, 63%. Outros 84% defendem a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos e 51% querem a instituição da pena de morte.
Os percentuais gerais acima não diferem muito mesmo isoladamente em cada um dos grupos de eleitores ("direita", "centro" e "esquerda"). Exemplo: entre os que se dizem de "esquerda", 87% (mais do que a média) são favoráveis à redução da maioridade penal.
Em alguns temas, como aborto, drogas e pena de morte, os eleitores mais jovens se mostram até um pouco mais conservadores que os mais velhos.
No geral, também são pequenas as diferenças de opinião entre os eleitores de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de Geraldo Alckmin (PSDB). Os simpatizantes ao tucano são ligeiramente mais conservadores apenas em relação à maioridade penal e à pena de morte.
A pesquisa, feita na semana passada, ouviu 6.969 eleitores pelo país. Comparados aos resultados de levantamentos semelhantes nos últimos anos, os dados mostram que o perfil conservador do eleitor permanece forte desde a década de 90.
Para o cientista político Leôncio Martins Rodrigues, embora boa parte do eleitorado não consiga discernir exatamente o que vem a ser "esquerda" ou "direita", o posicionamento mais conservador do brasileiro "faz sentido".
"Há elementos culturais que mudam com muita dificuldade no Brasil. Entre as pessoas menos sofisticadas, a busca de "soluções simples", como a redução da maioridade penal, têm muitos atrativos", afirma.
Walter Maierovitch, ex-secretário nacional antidrogas no governo FHC e especialista em assuntos de segurança, vê nos resultados da pesquisa "uma falta de informação generalizada" entre a população.
"O brasileiro é muito mal informado sobre esses temas polêmicos e geralmente acaba se alinhando com posições que emanam dos EUA, onde essas discussões são mais profundas e conservadoras", diz.
O cientista político norte-americano David Fleischer, professor da Universidade de Brasília, concorda. "A televisão é a grande fonte de informação do brasileiro. O imperialismo cultural e de costumes norte-americano, que ficou muito conservador nos últimos 20 anos, é uma forte referência."
Newton Bignotto, professor de filosofia da Universidade Federal de Minas Gerais, afirma que os resultados contraditórios da pesquisa atestam "a cacofonia da sociedade brasileira". "Causa perplexidade a desconexão entre a percepção sobre os costumes, os costumes de fato e a cultura política." Para o psicanalista e colunista da Folha Contardo Calligaris "causa surpresa" o alto percentual (47%) dos que se dizem de "direita". "Ser de "esquerda" geralmente traz uma posição mais gloriosa de si mesmo. Mas, que o brasileiro seja conservador, apenas confirma o fato de ele, em geral, não tomar posições de enfrentamento."

Os "entendidos" de esquerda não entenderam nada. Eles tinham aprendido um método de neutralizar a manifestação política do conservadorismo brasileiro. O meio foi "comprar", por meio de corrupção em alta erupção, o apoio de partidos originados de segmentos conservadores, ou que supostamente representariam o conservadorismo brasileiro. Esses partidos, corrompidos, venderam-se alegremente, porque para seus quadros dirigentes, com mandato ou sem mandato, só interessava a manutenção no poder e a continuidade da obtenção do dinheiro fácil que jorrava da corrupção promovida pelo PT. Esses partidos se descaracterizaram completamente.

O eleitorado, fortemente conservador, por quase duas décadas, viu-se compungida a votar em partidos e candidatos que aplicavam, no poder, exatamente o contrário do que era a pauta conservadora. E os esquerdistas aproveitaram a onda para radicalizar na aplicação de suas posições tidas como modernas, progressistas, etc... Os poucos que se opunham eram estigmatizados. A tal ponto que o ex-chefe de imprensa do bandido corrupto Lula, o jornalista petista Ricardo Kotscho, chegou a se interrogar como ainda poderia haver jornalistas no País que ousavam se opor ao regime petista. O PT era dono de todas as virtudes. Não era nada disso, como se verificou. 

A expansão das redes sociais permitiu que as pessoas passassem a trocar informações diretamente, entre si. Os jornais definharam. Alguns até fecharam, muitas encerraram suas edições impressas. As emissoras de televisão perderam enormes audiências. As pessoas passaram a escolher o seu divertimento (música, filmes, jogos, etc...) via Internet e redes sociais. E no meio disso tudo surgiu um líder, um político que falava exatamente a pauta conservadora do público brasileiro. Pronto, estava montado o cenário ideal para a reação e volta do roda da história. 

Os "intelectuais" esquerdistas bocós pensam que podem amoldar de novo a realidade dentro de seus moldes de pensamento previamente produzidos, para tentar explicar o gigantesco fracasso das esquerdas. Vão levar um tempo para entender o que se passou. Mas, o que se passou, está se passando, é que, finalmente, parece que a grande massa conservadora brasileira encontrou um caminho para se ver politicamente representada. E não pode haver nada mais fortificante para a democracia e o Estado de Direito Democrático no Brasil do que a possibilidade que a população encontrou para se manifestar. 

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