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quinta-feira, 6 de setembro de 2018

Sinhozinho baiano delator Marcelo Odebrecht entrega novas provas contra ex-presidente esquerdista peruano Humala


O empreiteiro baiano corrupto Marcelo Odebrecht entregou ao Ministério Público Federal mais provas sobre a doação de US$ 3 milhões feita à campanha do ex-presidente esquerdista peruano Ollanta Humala em 2011. As informações foram divulgadas na terça-feira pelo site IDL-Reporteros. Segundo o portal, os advogados do empresário entregaram aos promotores um CD com e-mails, anotações de seu computador pessoal e registros do setor de Operações Estruturadas da empreiteira corrupta e propineira Odebrecht, o mesmo que realizou pagamentos de propinas revelados durante as investigações da Operação Lava Jato. A entrega dos documentos faz parte do acordo de delação premiada feito pelo empresário com a Justiça brasileira. Entre as provas apresentadas pelos advogados de Odebrecht está uma planilha que indica quatro pagamentos à campanha de Humala: US$ 550 mil, US$ 350 mil, US$ 100 mil e US$ 160 mil. Os valores, colocados junto ao nome "Ítalo-Italiano - Eleições Peru", foram realizados entre maio e dezembro de 2011. Além disso, há outras quatro ordens de pagamento de US$ 202,9 mil, feitas entre julho e outubro de 2011, por meio de uma conta da Credicorp Bank, do Panamá, que pertencem à Construmaq SAC, dos peruanos Gonzalo Monteverde e María Isabel Carmona, ambos atualmente investigados em seu país por lavagem de dinheiro.

Além disso, o empresário entregou informações sobre outra ordem de pagamento de US$ 700 mil, realizada para uma pessoa com o pseudônimo de Sururu, acompanhado da sigla NAC3, que seria uma referência à campanha do ex-presidente peruano. Em um e-mail, o ex-executivo Benedito da Silva Júnior pergunta a Odebrecht se ele sabia que o brasileiro Valdemir Garreta estava assessorando Humala na campanha. O empresário pede que seu funcionário se aproxime do assessor para evitar um contato da construtora OAS, concorrente da Odebrecht, com Garreta. Humala e sua mulher, Nadine Herédia, estão sendo investigados por lavagem de dinheiro devido às doações irregulares feitas pelo governo da Venezuela na campanha de 2006 e pela Odebrecht nas eleições de 2011, quando o ex-presidente venceu o pleito.  

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